Uma ala do PSD sinalizou voto favorável à indicação do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de um apoio estratégico para o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido é o mesmo do senador Rodrigo Pacheco (MG), favorito do Senado para a vaga deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso.
Segundo apurou o Metrópoles, Messias procurou três nomes fortes da bancada do PSD na Casa. O partido é o maior, com 15 assentos, e detém o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o nome do AGU precisa ser votado, antes de ser levado ao plenário. Senadores da sigla, sob reserva, sinalizam propensão a votar no indicado por Lula, mas sem garantia de ajuda para virar votos dos colegas de bancada.
O clima no Senado é hostil a Messias. Sua indicação contrariou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que apontou a Lula sua preferência por Pacheco. O chefe da Casa, inclusive, avisou abertamente a Lula que votaria contra qualquer indicado que não fosse seu antecessor. O parlamentar sinalizou a dezenas de senadores, inclusive, seu desejo de rejeição do AGU.
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Para ser aprovado, Messias precisa do voto de 41 senadores, ou seja, maioria simples. Lula já sinalizou que, em caso de rejeição de Messias, o escolhido não seria Pacheco. O esforço do governo é desfazer o clima de competição com o ex-presidente do Senado.
Outro desafio de Messias é o MDB. O AGU esteve nesta quarta-feira (26/11) com o líder do partido no Senado, Eduardo Braga (AM). A interlocutores, o emedebista sinalizou que votaria a favor da indicação, mas reclamou que o governo não tem atuado como deveria para garantir a aprovação.
Davi irritado
Senadores afirmaram, sob reserva, que Davi entrou em contato avisando do voto contrário a Messias. O tiro, porém, pode sair pela culatra. Alguns afirmam que se sentiram pressionados a derrotar o governo numa votação secreta, em que cada parlamentar costuma ter uma conversa pessoal com o indicado.
A avaliação é que, atualmente, Messias não tem o apoio necessário para ser aprovado. Nesse sentido, Davi chegou a tentar marcar sua sabatina para o dia 3/12, segundo interlocutores. A votação, no entanto, ocorrerá dia 10/12, dando um pouco mais de tempo para o AGU virar votos de senadores.
No governo, a votação “rápida” não caiu bem. A base entende que deixar a análise para o STF favoreceria Messias. O presidente Lula, nesse sentido, ainda não enviou oficialmente a mensagem formalizando a indicação.
