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    Após depreciar Belém, chanceler alemão fala mal da comida de Angola

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    O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, voltou a provocar polêmica ao fazer mais uma declaração depreciativa sobre um país. Desta vez, durante uma visita a Hamburgo, ele comentou, em conversa informal com um padeiro local, que não encontrou “pão decente” no café da manhã em Luanda, capital de Angola. Assista:

    Merz esteve na cidade africana nesta semana para participar de uma cúpula entre a União Europeia e a União Africana, dedicada a discutir segurança, governança, paz e multilateralismo. Ao relatar a experiência, insinuou sentir falta dos produtos alemães quando está no exterior.

    “Quando se está no estrangeiro, percebe-se sempre o que há de especial no pão alemão. Ontem de manhã, em Luanda, no buffet do café da manhã, procurei um pedaço de pão decente e não encontrei nenhum”, disse Merz.

    A declaração se soma a outros episódios protagonizados pelo chanceler que geraram constrangimento diplomático. Após retornar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA), Merz disse, durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, que os jornalistas que o acompanhavam ficaram “contentes” por deixar o Brasil.

    O comportamento do chanceler tem sido interpretado por analistas dentro da Alemanha como uma tentativa de agradar setores mais radicais do eleitorado. A extrema-direita alemã tem crescido em popularidade, o que pressiona partidos tradicionais, como o de Merz.

    O que aconteceu

    • O chanceler alemão, Friedrich Merz, fez uma comparação depreciativa entre Brasil e Alemanha durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, na semana passada.
    • Ao elogiar o ambiente econômico alemão, afirmou que jornalistas que o acompanharam na COP30, em Belém, ficaram felizes por voltar para a Alemanha.
    • Ele relatou ter perguntado quem gostaria de permanecer no Brasil e disse que nenhum jornalista levantou a mão.
    • Segundo Merz, todos ficaram satisfeitos por retornar, “especialmente daquele lugar onde estávamos [em Belém]”.
    • O chanceler enfatizou que os alemães vivem “em um dos lugares mais bonitos e livres do mundo” e pediu que o setor varejista valorize e proteja a democracia e a ordem econômica do país.

    Declarações polêmicas do chanceler

    Em outubro, ele já havia provocado críticas ao associar imigrantes a um “problema de paisagem urbana” e defender deportações em larga escala. Ao ser questionado, manteve a posição e alegou que mulheres, “se tivessem filhas”, concordariam com a avaliação dele, além de insinuar que a situação se agravaria “depois de escurecer”. As declarações foram consideradas racistas pelos opositores.

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    Friedrich Merz, novo chaneceler alemão

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    Meses antes, em junho, Merz também gerou repercussão ao afirmar que Israel realizava o “trabalho sujo” do Ocidente ao atuar contra o programa nuclear iraniano. A fala foi imediatamente criticada por políticos alemães, que apontaram um desvio da tradicional postura diplomática do país em assuntos relacionados ao Oriente Médio.

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