Durante visita a Cuba, o governador de São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia, Alexander Beglov, reuniu-se nesta quarta-feira (19/11) com o governador da província de Santiago de Cuba, Manuel Falcón Hernández, para discutir novas formas de cooperação após a passagem devastadora do furacão Melissa.
Beglov afirmou que sua delegação preparava uma agenda completa de negócios, atividades culturais e eventos institucionais, mas que precisou ajustar os planos ao tomar conhecimento da magnitude dos danos.
“Ao tomarmos conhecimento da dimensão da destruição causada pelo furacão Melissa, não podíamos ficar em silêncio”, disse.
A comitiva levou medicamentos para moradores de Santiago de Cuba e entregou certificados referentes a uma ambulância e um veículo Lada Iskra que serão enviados à província.
O governador lembrou que São Petersburgo já enfrentou repetidas inundações e suportou um cerco durante a Segunda Guerra Mundial, destacando que a cidade “sabe o que significa resistir a tempos difíceis”. Ele também recordou iniciativas históricas de cooperação, como a acolhida de crianças cubanas no navio Scarlet Sails.
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Divulgação/Governo São Petersburgo
Imagem de satélite do furacão Melissa, fornecida pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA),
NOAA via Getty Imagens
Furacão Melissa
NOAA/via Getty Imagens
Ajuda humanitária após destruição do furacão Melissa
Em Havana, Beglov confirmou que São Petersburgo vai doar medicamentos e dois veículos — incluindo uma ambulância — às regiões mais afetadas pelo furacão Melissa.
Ele iniciou sua visita pelo leste da ilha, onde Santiago de Cuba, Holguín e Granma registraram os maiores estragos.
“Ao tomarmos conhecimento da dimensão da destruição, não podíamos ficar de braços cruzados. É nos momentos de dificuldade que os fortes laços de amizade entre nossos países se destacam”, disse.
O envio da carga de ajuda será feito por via marítima, “no menor prazo possível”, segundo o governador.
O furacão Melissa atingiu Cuba no fim de outubro, após devastar a Jamaica como um sistema de categoria 5, com ventos próximos de 300 km/h. Segundo o governo cubano, mais de 700 mil pessoas foram evacuadas, o que evitou mortes no país, embora os danos materiais sejam severos. Milhares de casas foram destruídas, a rede elétrica entrou em colapso e estradas ficaram bloqueadas.
A tempestade, considerada uma das mais fortes já registradas no Atlântico, deixou ao menos 28 mortos na Jamaica e 30 no Haiti, onde outras 20 pessoas seguem desaparecidas. A reconstrução nas ilhas do Caribe deve levar meses e pode agravar crises já existentes, especialmente no caso cubano.
