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Balcãs: PF prende mafiosos internacionais que lucraram R$ 300 milhões

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Balcãs: PF prende mafiosos internacionais que lucraram R$ 300 milhões

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26/11), uma das ações mais complexas já articuladas contra o tráfico internacional de cocaína que utiliza portos brasileiros como rota de exportação.

Batizada de Operação Balcãs, a ofensiva mira uma organização criminosa ligada a uma das máfias mais influentes da região montenegrina e que movimentava toneladas de cocaína entre a América do Sul e a Europa.

A ação ocorreu de forma simultânea em três países, Brasil, Holanda e Paraguai, com apoio da Europol, do Serviço Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) e da Polícia Nacional holandesa.

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Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e efetuadas três prisões preventivas.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de ativos financeiros e o sequestro de imóveis e veículos avaliados em cerca de R$ 300 milhões, pertencentes aos investigados e às empresas ligadas ao esquema.

12 toneladas enviadas à Europa

A nova etapa das investigações aprofunda a Operação Hinterland, deflagrada em 2023, que já havia revelado o envio de grandes carregamentos de cocaína ocultados em contêineres que saíam de portos brasileiros rumo ao continente europeu.

Nesta fase, a PF identificou que o principal comprador das remessas era um integrante de uma máfia dos Balcãs com atuação consolidada no narcotráfico internacional.

Os investigadores concluíram que o grupo europeu mantinha relação direta e permanente com uma célula da organização instalada no Paraguai, responsável por controlar todo o ciclo logístico da droga, desde a aquisição nos países andinos até a chegada aos portos usados como saída para a Europa.

Somente essa frente criminosa é suspeita de ter enviado aproximadamente 12 toneladas de cocaína à Europa.

Apreensão histórica no Rio Grande do Sul

A investigação ganhou novo fôlego após um episódio considerado divisor de águas, a apreensão de três toneladas de cocaína em Pelotas (RS), a maior já registrada na história do estado.

O caso permitiu rastrear comunicações, rotas e movimentações financeiras que conectaram a quadrilha aos operadores da máfia montenegrina.

A partir do material, a PF mapeou a rede de suporte no Paraguai, composta por integrantes responsáveis por armazenar, embalar, dissimular e despachar cargas que cruzavam a fronteira brasileira antes de chegar aos portos.

Mandados em cinco estados e dois países

As medidas judiciais foram distribuídas em diferentes pontos do Brasil e do exterior:

Brasil

Exterior

Difusões vermelhas internacionais: quatro pedidos de captura

Os veículos e imóveis sequestrados estavam em nome de investigados, laranjas e empresas utilizadas para ocultar patrimônio oriundo do tráfico.

Articulação internacional

A Operação Balcãs é coordenada no Brasil pela PF em conjunto com o Gaeco do Ministério Público Federal e integra a estratégia de combate ao tráfico global que abastece a Europa por meio dos portos brasileiros, hoje uma das rotas mais visadas pelo crime organizado transnacional.

A Polícia Federal informou que a investigação segue ativa para identificar outros operadores logísticos, financiadores e intermediários da organização, tanto no Brasil quanto no exterior.

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