A COP30 marca o início de uma nova narrativa sobre o futuro da Amazônia. No centro das discussões globais sobre clima e desenvolvimento, o Banco da Amazônia chega ao evento com uma proposta inspirada na própria lógica da floresta: a Espiral do Crescimento Sustentável, que será apresentada em 12 de novembro.
O modelo demonstra que é possível crescer sem romper o equilíbrio entre pessoas, economia e meio ambiente, unindo produtividade e conservação em um mesmo ciclo.
O que é a Espiral do Crescimento Sustentável?
Em 20 anos (de 2001 a 2021), cerca de 40% da cobertura vegetal do Brasil se tornaram degradadas, segundo relatório de monitoramento por satélite do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
Além de acelerar a degradação da natureza, o impacto ambiental aprofunda desigualdades sociais e prejudica o crescimento econômico, afetando a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.
Nesse sentido, a Espiral é, não apenas uma estratégia de crédito, mas uma plataforma de ação criada pelo Banco da Amazônia para orientar como o desenvolvimento sustentável deve ocorrer na região.
A ideia da “espiral” representa um movimento contínuo e ascendente, em que o crescimento econômico gera novas oportunidades ao mesmo tempo em que regenera o território e fortalece as comunidades.
O modelo é composto por três camadas interligadas — inclusão, produtividade e inovação — que se retroalimentam e formam um ciclo de desenvolvimento que começa nas comunidades e se conecta às grandes metas globais.

Cada etapa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, traduzindo, na prática, os compromissos da Agenda 2030 — 17 objetivos e 169 metas globais a serem atingidos até 2030 — para com a Amazônia.
“A Amazônia precisa de um modelo de crescimento que respeite sua lógica e sua gente. A Espiral traduz esse movimento — um desenvolvimento que é humano, produtivo e regenerativo”, afirma Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia.
Quando “incluir” transforma
Com ações ligadas aos ODS 1 (erradicação da pobreza), ODS 5 (igualdade de gênero) e ODS 8 (trabalho decente e crescimento econômico), o primeiro eixo da Espiral é a inclusão, base de um crescimento sustentável e socialmente justo.
Por meio de programas de microcrédito e linhas voltadas à agricultura familiar e ao empreendedorismo feminino, o Banco da Amazônia amplia o acesso ao sistema financeiro e fortalece economias locais.
Em 2025, a instituição registrou R$ 62,8 bilhões em carteira de crédito ativa, sendo R$ 5,6 bilhões em Linhas Verdes — um aumento de 23% em relação a 2024.
Esses recursos chegam à ponta movimentando cooperativas, pequenos negócios e produtores rurais, além de gerar novas oportunidades e reduzir desigualdades.
Produtividade com propósito
Combinando crédito, tecnologia social e assistência técnica, o Banco da Amazônia apoia práticas produtivas que equilibram crescimento e conservação, o que fortalece cadeias sustentáveis em toda a região. A atuação nessa frente contribui diretamente para os ODS 9 (inovação e infraestrutura), ODS 12 (consumo e produção responsáveis) e ODS 15 (vida terrestre).
Entre os exemplos de sucesso está o programa Acredita pra Elas, que cresceu 44,7% em 2025 e ampliou o protagonismo da mulher amazônica na economia regional. A iniciativa estimula renda, autonomia e liderança comunitária, criando um ciclo transformador para diversas realidades locais.
“O crédito sustentável é uma ferramenta de empoderamento social e ambiental. Ele devolve à Amazônia a capacidade de crescer dentro de seus próprios limites ecológicos”, reforça Lessa.
Energia, inovação e futuro regenerativo
A terceira camada da Espiral reúne energia, logística e inovação, pilares fundamentais para construir uma economia de baixo carbono e alta eficiência.
Com o avanço das Linhas Verdes, o Banco da Amazônia tem expandido o financiamento de projetos de transição energética, infraestrutura resiliente e produção limpa, impulsionando, assim, um modelo de prosperidade que não depende do desmatamento.
Essas iniciativas fortalecem o cumprimento dos ODS 7 (energia limpa e acessível) e ODS 13 (ação climática), reforçando o papel do banco como agente público de entrega climática e social.
Durante a COP30, o Banco da Amazônia reafirma a missão de financiar o desenvolvimento que protege e inclui, transformando o crédito em uma política de impacto capaz de regenerar a região e inspirar o planeta.
A Espiral do Crescimento Sustentável simboliza a visão do banco de que a Amazônia pode ser a protagonista de um novo modelo global de desenvolvimento.
A proposta, nascida da floresta e voltada para o mundo, não só respeita as dinâmicas locais, como mostra que crescimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos.
