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    BHP recorrerá da decisão e diz que solução é o acordo de indenização

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    A mineradora australiana BHP, que afirma que a qualidade da água do rio voltou ao normal desde o incidente, reconheceu a “tragédia”, mas defendeu, durante o julgamento em Londres, que “priorizou a segurança e agiu com responsabilidade”.

    Após 10 anos da tragédia ambiental em Mariana (MG), que afetou mais de 600 mil pessoas com o rompimento da barragem de Fundão, um tribunal britânico decidiu nesta sexta-feira (14/11) que a gigante mineradora australiana BHP é “parcialmente responsável” pelo desastre. A decisão pode abrir caminho para indenizações milionárias.

    A mineradora já anunciou que ecorrerá da sentença. A empresa também acredita que a solução passe por um acordo de indenização e compensação de R$ 170 bilhões (€ 28 bilhões) assinado no ano passado no Brasil.

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    No entanto, a maioria dos 620 mil demandantes do julgamento de Londres (incluindo 31 municípios brasileiros, empresas e diversos grupos indígenas) alega não estar contemplada pelo acordo e espera obter uma indenização maior nos tribunais britânicos.

    O escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa os demandantes, estimou, há dois anos, que os valores em disputa no processo judicial britânico giravam em torno de 36 bilhões de libras esterlinas (R$ 251 bilhões), mas esse valor dependerá do número de demandas aceitas.

    A Vale e a BHP foram absolvidas há um ano em um processo criminal por um tribunal brasileiro devido à falta de provas sobre sua responsabilidade no rompimento da barragem, uma decisão que as vítimas protestaram energicamente.