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Bolsonaro, o farsante de sempre

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Bolsonaro, o farsante de sempre

No início da madrugada do sábado (22), ao ser perguntado por uma agente da Justiça porque violara a tornozeleira que o prendia desde agosto último, Bolsonaro, em voz baixa, mas perfeitamente audível, respondeu que o fez por “curiosidade”.

Naquele mesmo dia, levado preso para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, o exame de corpo de delito ao qual se submeteu indicou que o estado de saúde de Bolsonaro era bom.  Não havia crise de soluço, nem ele vomitava ou estava estressado.

Na tarde de ontem (23), em audiência de custódia, Bolsonaro, orientado por seus advogados de defesa, disse que a tentativa de avariar a tornozeleira teve a ver com “uma certa paranoia”, provavelmente relacionada com o uso de medicamentos.

Um surto de confusão mental provocado por remédios torna impossível que uma pessoa, carente de habilidade no ofício, use solda elétrica de modo eficaz para romper uma tornozeleira eletrônica sem causar danos à própria pele. Elementar.

Ninguém é obrigado a produzir provas contra si, diz a lei. Pode mentir à vontade, bem como seus advogados. Bolsonaro domina a arte de mentir como poucos, do contrário não teria chegado onde chegou. Cabe à Justiça provar que ele mentiu. Não será difícil.

Desconfio que nós, jornalistas, em breve, sentiremos falta de Bolsonaro. Adeus à likes fáceis a propósito de qualquer coisa que ele diga por mais absurdo que soe. O jornalismo político fast food não desaparecerá, mas perderá parte da atração que exerce.

As pessoas preferem escutar ou ler mentiras a se verem confrontadas com verdades. Principalmente mentiras que reforcem suas convicções. Mentiras estimulam a imaginação, dão ensejo a debates, desatam polêmicas e muitas vezes divertem.

Quanto custa ao Estado brasileiro manter Bolsonaro preso em sua casa e impedido de fugir? Logo ele que já planejou fugir no mínimo duas vezes. Sai mais barato transferi-lo para outro lugar onde a vigilância é permanente, coletiva, e não incomoda a vizinhança.

Se a lei é de fato para todos, isso seria mais justo, mais igualitário. Bolsonaro é um bandido como outro qualquer. Foi julgado, condenado e aguarda o início do cumprimento de sua pena. Quis destruir a democracia. Cometeu o mais infame dos crimes.

Que pague por isso, portanto. Merece pagar. Se outro tratamento lhe fosse reservado equivaleria a abrir as portas para a passagem de novas manadas de golpistas. A história do Brasil está marcada por uma sucessão de golpes seguidos de torturas e de mortes.

O mais bem-sucedido dos golpes resultou numa ditadura que durou 21 anos. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas foram torturadas e 434 mortas ou cujos corpos desapareceram. Os criminosos nunca foram punidos, mas sim anistiados.

Ditadura nunca mais, tampouco anistia para os seus responsáveis. Prisão domiciliar só para os que correm risco de morte. Não é o caso de Bolsonaro, um comprovado farsante.

 

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