Na última semana, um ciclone extratropical atingiu boa parte do centro-sul do Brasil, causando queda nas temperaturas e fortes temporais. A região Sul foi a mais afetada pelas consequências do fenômeno, incluindo um tornado que devastou algumas cidades do Paraná e Santa Catarina. Agora, grande parte da população brasileira está aflita para entender quando e onde passará o próximo ciclone.
Ao Metrópoles, meteorologistas detalham que é possível saber a passagem de um ciclone apenas dias antes dele atuar por determinada região, descartando cravar ao certo quantos ciclones ainda podem ser registrados no Brasil ainda neste ano.
9 imagens



Fechar modal.
1 de 9
Em Matão, no interior paulista, árvore caiu em rua e interditou passagem
Divulgação / Defesa Civil
2 de 9
Equipes da Defesa Civil atuam para remover árvore em Jambeiro
Divulgação / Defesa Civil
3 de 9
Vinhedo, no interior paulista, foi uma das cidades que registraram queda de árvores
Divulgação / Defesa Civil
4 de 9
Ciclone destruiu casas, derrubou árvores e inundou ruas em SCCiclone destruiu casas, derrubou árvores e inundou ruas em SC
Defesa Civil de Santa Catarina/Divulgação
5 de 9
Ciclone destruiu casas, derrubou árvores e inundou ruas em SC
Defesa Civil de Santa Catarina/Divulgação
6 de 9
Ciclone destruiu casas, derrubou árvores e inundou ruas em SC
Defesa Civil de Santa Catarina/Divulgação
7 de 9
Ciclone destruiu casas, derrubou árvores e inundou ruas em SC
Defesa Civil de Santa Catarina/Divulgação
8 de 9
Defesa Civil de SC divulgou imagens dos estragos
Defesa Civil de Santa Catarina/Divulgação
9 de 9
Fenômeno atingiu a região nessa sexta-feira (7/11)
Defesa Civil de Santa Catarina/Divulgação
No entanto, o meteorologista Wanderson Luiz Silva, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia ser possível que ocorram outros episódios de ciclone no Brasil este ano. Ele explica que todo ciclone extratropical está associado a uma frente fria e, ainda em novembro, há previsão de mais sistemas frontais passando pelo país até o final do mês. “Cabe fazer o monitoramento dia a dia para prever o local de deslocamento destes ciclones, se estarão mais próximos da costa do Brasil ou mais afastados”, destaca Silva.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), um ciclone é uma vasta área de baixa pressão atmosférica, que pode se estender por centenas ou até milhares de quilômetros. No Hemisfério Sul, os ventos giram no sentido horário em direção ao centro de menor pressão.
Esse movimento concentra ar quente e úmido, que sobe, se resfria e forma nuvens carregadas, resultando em chuvas intensas e ventos fortes sobre uma grande área. Um ciclone define as condições do tempo sobre uma região inteira por dias.
O meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Antonio Marengo, detalha que um ciclone já aconteceu e que um outro está “entrando”. Ele reforça que a previsão correta é possível apenas dias antes do fenômeno se concretizar. “Chegar a uma exatidão de saber quantos ciclones tropicais vão afetar um mês, isso é difícil”, disse.
Marengo explica que no Atlântico Sul, ciclones extratropicais são comuns. “O problema ocorre quando algum deles se intensifica e se aproxima demais do continente. Isso pode gerar ventos fortes, ventanias, chuvas e tempestades de granizo e até algumas vezes pequenos vórtices se soltam do ciclone, que é um centro de baixa pressão e pode dar lugar a tornados”, comenta o especialista.
Três tipos de ciclones. Entenda
- Extratropicais: os mais comuns no Brasil, formam-se em latitudes médias, entre 30° e 60°, associados a frentes frias e possuem núcleo frio.
- Tropicais: mais intensos e devastadores, conhecidos como furacões ou tufões em outras regiões, formam-se sobre oceanos quentes perto do Equador e possuem núcleo quente.
- Subtropicais: um híbrido dos dois anteriores, comuns no litoral do Sudeste do Brasil.
Ciclones mais intensos
O meteorologista Marcelo Seluchi, do Cemaden, aponta que diversos artigos científicos concluem que os ciclones estão mais intensos no geral. A explicação para este fato é física e está diretamente ligada às mudanças climáticas.
Os ciclones mais intensos precisam de um maior conteúdo de umidade. Seluchi detalha que essa umidade está garantida na maior temperatura dos oceanos e da atmosfera.
“Você tem uma fonte adicional que são os oceanos mais quentes e uma atmosfera que consegue guardar essa umidade. Então, essa é a receita. É um dos parâmetros, não é que só com isso vou ter vai ter ciclones mais intensos, mas é um dos um dos requisitos para ter ciclones mais intensos”, comenta.
