A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (DEAM II) concluiu o inquérito que apurou a morte da adolescente Allany Fernanda, de 13 anos, ocorrida em 3 de novembro, em Ceilândia (DF).
Leia também
-
Caso Allany: defesa diz que assassino costumava “brincar” com arma
-
Adolescente de 13 anos é baleada na cabeça, no Sol Nascente
-
Adolescente de 13 anos baleada na cabeça perdeu massa encefálica
-
Vítima de feminicídio, adolescente de 13 anos morre após tiro na cabeça
Carlos Eduardo Pessoa Tavares, de 20 anos, foi indiciado por homicídio qualificado, após análise técnica minuciosa e aprofundamento das investigações.
O inquérito já foi enviado ao Ministério Público do Distrito Federal que, conforme nota da PCDF, já ofereceu denúncia contra o acusado.
Imagens:
Carlos Eduardo, de 20 anos, foi denunciado pela morte de Allany Fernanda
Allany Fernanda foi assassinada com um tiro na cabeça na manhã de 3 de novembro de 2025
Reprodução / Redes sociais
A menina morreu no hospital, após ser socorrida
Reprodução / Redes sociais
Allany estudava e também dançava em uma quadrilha no Sol Nascente
Reprodução / Redes sociais
Carlos Eduardo Pessoa Tavares foi indiciado pelo crime de homicídio, após a polícia identificar que não havia relacionamento entre ele e a vítima
Reprodução / Redes sociais
Entenda o caso:
- Allany Fernanda, de 13 anos foi morta com um tiro na cabeça na manhã de 3 de novembro de 2025; A menina chegou a ser levada ao hospital, mas morreu em seguida.
- Ela estava na casa Carlos Eduardo Pessoas Tavares, de 20 anos. Autor do disparo.
- Inicialmente, a polícia informou que a menina e o suspeito eram namorados. Tese que, com o avançar das investigações, foi descartada.
- Em seguida, Carlos Eduardo foi preso em flagrante. Ele mentiu no depoimento inicial e disse que dois ladrões entraram na casa dele e atiraram contra Allany.
- No dia 4/11, após a confirmação da morte da vítima, o crime passou a ser tratado como feminicídio.
- Em novo depoimento, acusado assumiu que matou Allany, mas afirmou que o tiro foi acidental. O advogado de Carlos afirmou que ele costumava brincar com a arma.
- Com a conclusão do inquérito, a tipificação do crime foi convertida em homicídio, já que vítima e agressor não tinham relacionamento e não indícios de que o crime tenha sido cometido por questão de gênero.
- Durante as diligências, a equipe da DEAM II realizou novo interrogatório do autor, ouviu familiares e testemunhas.
- O inquérito foi concluído cerca de 20 dias após o crime.
Tiro a curta distância
A Criminalística confirmou que o tiro foi disparado a curta distância, com um revólver calibre .38. Também ficou comprovado que não existia vínculo amoroso entre agressor e vítima — circunstância que levou à adequação da tipificação para homicídio.
As investigações demonstraram que o autor manipulava a arma de forma imprudente e irresponsável, acionando o gatilho repetidamente dentro da própria residência, na presença da adolescente e de outros dois menores.
Cena do crime e versão falsa
O disparo atingiu Allany na cabeça. Logo após o crime, Carlos Eduardo tentou alterar a cena e apresentou uma versão falsa à Polícia Militar, alegando que invasores seriam os autores do tiro.
Com base no conjunto robusto de provas — depoimentos convergentes dos dois adolescentes presentes, laudos técnicos e ausência total de indícios que apontem para terceiros — a autoridade policial concluiu que o investigado assumiu o risco de provocar a morte, caracterizando dolo eventual.
Mais detalhes:
- O crime foi enquadrado como homicídio qualificado pelo uso de meio capaz de gerar perigo comum e pelo fato de a vítima ter 13 anos.
- Exames complementares seguem em andamento e serão encaminhados ao Judiciário assim que concluídos.
- O inquérito já foi remetido ao Ministério Público, que ofereceu denúncia. O autor permanece preso.
