O caso de Eloá Pimentel, que foi mantida por mais de 100 horas em cárcere e depois morta a tiros pelo ex-namorado, demorou anos até enfim encontrar uma resolução na Justiça. Lindemberg Alves, o sequestrador e assassino da jovem de 15 anos, foi condenado a 98 anos, em um julgamento que marcou o Brasil à época.
A sentença de Lindemberg foi lida pela juíza do caso no dia 16 de fevereiro de 2012. O fórum estava lotado de pessoas que esperavam para ver qual seria o desfecho de um dos crimes mais midiáticos da história do país. A imprensa brasileira acompanhou o sequestro de forma intensa e o criminoso chegou a inclusive dar entrevista ao vivo para um programa de TV.
Um dia antes do julgamento, no depoimento do acusado, foi a primeira vez que Lindemberg falou sobre o episódio desde que foi preso no sábado, 18 de outubro de 2008. Aos presentes, ele admitiu ter decidido atirar no rosto da ex-namorada quando ouviu a polícia invadir o apartamento em que Eloá estava sendo mantida refém há quatro dias.
“Estávamos conversando os três (Lindemberg, Eloá e Nayara Silva, melhor amiga da jovem) no sofá. Infelizmente aconteceram algumas reações. A polícia estourou a porta e eu tomei um susto. Ela ameaçou um movimento e eu infelizmente atirei. Pensei que ela pudesse vir para cima de mim. Eu vi o movimento e atirei. Foi tudo muito rápido”, relembrou.
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Lindemberg sendo levado pela Polícia Militar após assassinato de Eloá
Reprodução
Multidão acompanhou o último dia do julgamento de Lindemberg no caso Eloá
Reprodução/G1
Imagens do documentário Caso Eloá: Refém ao vivo
Divulgação/Netflix
Eloá Pimentel e Lindemberg Alves
Reprodução/Redes sociais
Caso Eloá: Refém ao vivo
Caso Eloá: Refém ao vivo
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Caso Eloá: Refém ao vivo
Divulgação
Caso Eloá: Refém ao vivo, novo documentário da Netflix
Divulgação/Netflix
Lindemberg no julgamento pela morte e sequestro de Eloá
Reprodução/Veja
Ele também admitiu que não se lembrava de ter atirado em Nayara, que foi atingida com um disparo na boca, ou em um dos policiais militares responsáveis pela ação. “Quando fui ver, já estava sendo agredido pelos policiais. Foi tudo muito rápido. Não tinha intenção”.
Por fim, Lindemberg implorou pelo perdão da mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, que acompanhou o julgamento ao lado dos filhos, aos prantos.
Na decisão da Justiça de São Paulo, a juíza reconheceu que o réu agiu com “frieza, orgulho e egoísmo” e o condenou a 98 anos e dez meses de prisão pela morte de Eloá, por duas tentativas de homicídio (contra Nayara e contra o primeiro negociador do caso, o sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano, que escapou de um tiro) e por cárcere privado (de Eloá, Victor, e duas vezes de Nayara).
Ao condenado, não foi permitido recorrer da sentença em liberdade. Ele foi conduzido diretamente a Tremembé, o presídio dos famosos, após a leitura da sentença e permanece cumprindo a pena no presídio até os dias de hoje. Em 2025, o detento conseguiu a progressão da pena para o regime semiaberto.
O crime voltou aos holofotes após virar tema do novo documentário da Netflix, Caso Eloá: Refém ao Vivo. A produção traz depoimentos inéditos dos pais de Eloá, do irmão Douglas e da amiga Grazieli Oliveira, que falam publicamente sobre o caso pela primeira vez, além de relatos de jornalistas e autoridades que acompanharam o crime.
