O número de famílias chefiadas por mães e pais solo aumentou no Brasil nas últimas duas décadas, segundo dados do Censo Demográfico 2022: nupcialidade e família, divulgados nesta quarta-feira (5/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre 2000 e 2022, o total de mulheres sem cônjuge e com filhos cresceu 16%, passando de 11,6% para 13,5%. Hoje, esse grupo equivale a 7,8 milhões de lares.
O levantamento mostra, ainda, que o número de homens sem cônjuge e com filhos também aumentou, de 1,5% para 2,0% no mesmo período — um crescimento de 33% em 22 anos, que soma 1,2 milhão de famílias.
De acordo com o IBGE, a maternidade solo é mais frequente no Nordeste, enquanto os casais sem filhos são mais comuns no Sul. Já no Norte, predominam os casais com filhos, reflexo das taxas de fecundidade historicamente mais altas da região.
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Cai número de casais com filhos
Pela primeira vez, o número de casais com crianças representa menos da metade das famílias do país. Em contrapartida, os casais sem filhos foram o grupo que mais cresceu nas últimas duas décadas, com alta de cerca de 85% entre 2000 e 2022.
No mesmo período, o número de casais sem filhos foi a composição familiar que mais cresceu, saltando de 13% para 24,1%.
A tendência está ligada às profundas transformações sociodemográficas e culturais, associadas à chamada Segunda Transição Demográfica – processo impulsionado pela valorização da liberdade individual e por novas dinâmicas de gênero e trabalho.
Com isso, cresce o número de pessoas que adiam o casamento e a decisão de ter filhos. Além disso, muitos casais optam por consolidar a vida profissional e financeira antes de iniciar a parentalidade, o que contribui para a queda nas taxas de fecundidade observadas em todo o país.