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Chefe de Inteligência da PCDF: “Facções tentam, mas não criam raízes aqui”

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Chefe de Inteligência da PCDF: “Facções tentam, mas não criam raízes aqui”

O coordenador de Inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), delegado Maurílio Coelho, disse, em entrevista ao Metrópoles, que facções criminosas tentam se estabelecer na capital federal há mais de uma década, mas não conseguem.

Segundo Coelho, o monitoramento contínuo dos faccionados, a integração das forças de segurança e a rígida atuação nos presídios impedem o crime organizado de criar raízes no DF.

O delegado, que está na corporação há 15 anos e 6 meses, destacou que o combate ao crime organizado no DF é bem-sucedido porque é feito na origem. “Essas grandes facções tentam, diuturnamente, se se estabelecer aqui. Com esse monitoramento contínuo que a Polícia Civil faz, acaba que essas facções não conseguem criar as raízes”, afirmou.

“Desde 2014, uma facção paulista tenta se estabelecer que no Distrito Federal. Em 2014, nós tivemos a primeira operação de combate a essa facção, a Operação Tabuleiro, e, de lá para cá, anualmente são feitas operações para que essas facções não se estabeleçam aqui no Distrito Federal”, contou.

“E o mesmo funciona para facções locais que tentam nascer e se estabelecer aqui. São facções que iniciam com pequenos grupos em pequenas regiões administrativas, vão se tornando gangues e começam a ter uma projeção mais regional com o objetivo de virar uma facção e dominar o Distrito Federal. E mesmo com essas facções a gente tem o cuidado de estar sempre monitorando para combater, e não deixar que aconteça o que está acontecendo em âmbito nacional”, completou Coelho.

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Metrópoles entrevista chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho, e delegado-geral adjunto, Saulo Lopes

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Chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho

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Delegado-geral adjunto da PCDF, Saulo Lopes

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Chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho

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Chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho

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Delegado-geral adjunto da PCDF, Saulo Lopes

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Chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho, e delegado-geral adjunto, Saulo Lopes

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

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O coordenador de Inteligência da PCDF ponderou que a capital federal tem uma realidade territorial diferente de outras unidades da Federação, o que também favorece o trabalho policial.

“A gente tem uma Polícia Civil bem estruturada e uma Polícia Militar bem estruturada. O nosso sistema penitenciário, que é um gargalo de vários estados, também é bem estruturado. Não há celulares em presídio do Distrito Federal, e isso é primordial no combate ao crime organizado. Se uma liderança de crime organizado é presa e ainda assim de dentro do presídio consegue ficar controlando a sua facção, de que adianta ter sido presa? E essa é a grande diferença aqui no Distrito Federal também”, declarou.

Coelho destacou que outro ponto relevante no combate ao crime organizado é asfixia financeira. O Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da PCDF, sequestrou R$ 500 milhões em bens vinculados a criminosos somente em 2025, até o momento.

“Então, tem essa integração entre as forças, tem esse monitoramento contínuo da Polícia Civil. Tudo isso faz essa diferença. E o que eu considero a cereja do bolo aqui no Distrito Federal – e que é uma atribuição específica da Polícia Judiciária – é a asfixia financeira. Então, não se combate qualquer organização criminosa sem fixar o lado financeiro dela. Aqui no Distrito Federal, por meio do Decor, só neste ano, quase meio bilhão foi apreendido em recursos. São bens que estão à disposição do Estado agora”, disse.

Baixo índice de homicídios

O Distrito Federal registrou, em 2024, a menor taxa de homicídios em 48 anos. O índice de 6,9 mortes por 100 mil habitantes é o mais baixo desde 1977, e colocou o DF na 3ª posição entre as unidades da Federação com os menores números do crime.

O Anuário da Segurança Pública de 2025, elaborado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), vincula a redução do número de assassinatos com o trabalho das forças de segurança, incluindo operações desencadeadas pela PCDF para frear intenções das facções criminosas de fixar território no DF.

Segundo o documento, as forças de segurança desarticulam gangues e pequenos grupos locais que, quando ativas, “foram responsáveis por parte dos homicídios registrados na última década, decorrentes, muitas vezes, de disputas por territórios ou por áreas de tráfico de drogas”.

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