A China manifestou contrariedade, nesta quarta-feira (19/11), às recentes ameaças dos Estados Unidos contra a Venezuela. Durante coletiva de imprensa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que o país “opõe-se à interferência de forças externas nos assuntos internos da Venezuela, sob qualquer pretexto”.
“Esperamos que os EUA conduzam cooperação jurídica e judicial normal, por meio de estruturas legais bilaterais e multilaterais, e façam mais para promover a paz e a estabilidade na América Latina e no Caribe”, acrescentou a representante da diplomacia do governo de Xi Jinping (à esquerda na imagem).
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Há alguns meses, o presidente norte-americano Donald Trump ordenou uma ofensiva militar dos EUA na América Latina, com o objetivo de combater tráfico de drogas na região. Por isso, navios de guerra, um porta-aviões e caças F-35 foram mobilizados para a área, assim como fuzileiros navais, que realizam exercícios quase que diários em países aliados as políticas de Washington.
Desde então, cerca de 21 ataques foram realizados contra barcos que transitavam por águas caribenhas, assim como no Oceano Pacífico. De acordo com o governo norte-americano, tais embarcações transportavam drogas para os EUA. Provas concretas de tal ligação, porém, ainda não foram divulgadas.
Na última semana, o Pentágono anunciou o lançamento da operação Lança do Sul, com o intuito de aumentar os esforços contra carteis de drogas na América Latina e Caribe — alguns classificados pelos EUA como “organizações terroristas internacionais”.
A mudança no tratamento de grupos ligados ao tráfico internacional de drogas vai além de uma simples retórica, e abriu brechas para operações militares norte-americanas em outros países, sob a justificativa do combate ao terrorismo.
Em meio a movimentação, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (à direita na imagem), é um dos principais alvos das ameaças norte-americanas. Isto porque o líder chavista é apontado como chefe do cartel de Los Soles, grupo que deve ser classificado como organização terrorista pelos EUA em breve, conforme anunciado pelo Pentágono. Caso a medida se concretize, Washington ganhará respaldo para possíveis ações em território venezuelano, que podem atingir diretamente o contestado presidente do país.
