As fortes chuvas que castigaram Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, nos últimos dias, destruíram por completo pelo menos cinco casas e deixaram 12 famílias desabrigadas. Além das residências danificadas, outras dezenas apresentaram problemas diversos, como desabamento de muros e entrada de água em cômodos. Há moradores que ainda relataram perdas de eletrodomésticos e outros bens materiais. Por sorte, não houve registro de feridos ou mortos.
Veja imagens da cidade:
Pedras, galhos e destroços foram arrastados com a enxurrada para dentro das casas da região
Breno Esaki/Metrópoles
Devido à forte chuva, os muros das residências acabaram cedendo e caindo
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A prefeitura acionou maquinários para fazer a limpeza da região
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Defesa Civil fez avaliação na área
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Muro caído revela força da água
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Morador observa estrago feito em muro de sua residência
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Fortes chuvas causaram destruição no bairro Barragem IV de Águas Lindas
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Diante da calamidade instalada, o prefeito do município goiano, Dr. Lucas (União Brasil), assinou, nesta quinta-feira (27/11), o decreto que coloca o município em estado de emergência após dias de chuvas intensas que provocaram alagamentos, danos estruturais e deixaram famílias desalojadas.
O político também anunciou a criação de um comitê para coordenar ações imediatas e planejamentos de curto e longo prazo. Enquanto isso, a Companhia de Desenvolvimento de Águas Lindas (Codeal) ficou responsável pelo Grupo de Trabalho de Reconstrução (GT-Reconstrução).
Segundo Dr.Lucas, todas as secretarias foram mobilizadas para atuar no atendimento à população afetada.
“Todas as secretarias estão envolvidas na missão de acolher famílias que estão vulneráveis nesse momento. Então essa é a ação imediata. Todo mundo está envolvido de como nós podemos unir forças”, disse.
O gestor ressaltou que o município “não tem condições” de desenvolver as obras de reestruturação por conta própria e que o decreto será levado ao governo de Goiás e ao governo federal para que possam compor uma força-tarefa em apoio ao município.
Segundo o decreto, o estado de emergência deve durar, pelo menos, 180 dias, e atinge áreas urbanas e rurais de Águas Lindas afetadas por chuvas intensas, alagamentos, enxurradas, erosões e outros danos.
Entre as medidas emergenciais, o Centro de Convivência do Idoso (CCI) será usado como base de apoio para as famílias desabrigadas. Caso a demanda aumente, escolas municipais também serão abertas para receber moradores.
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Moradores ficam desabrigados
A moradora do bairro Barragem IV Jessica Ferreira de Moura, 33 anos, relatou ter acordado durante a madrugada com um estrondo e percebeu que a água já estava dentro do quarto.
Ela vive na casa com os dois filhos, de 13 e 7 anos, e afirmou que não pretende deixá-la por medo de perder o imóvel. “A assistência social veio aqui, perguntou se eu queria algum auxílio, mas eu não quero sair daqui para ir para a escola porque se eu deixar a minha casa assim, as pessoas vão entrar e vão levar tudo. É tudo que eu tenho”, disse Jessica.
Ela contou ainda que não foi a primeira vez que a residência foi invadida pela água. Segundo Jessica, a situação já ocorreu outras duas vezes, e mesmo após reforçar o muro, a pressão da enxurrada fez a estrutura ceder.
“A gente que mora aqui, que está aqui todos os dias, corre o risco de vida. Eu corro o risco de vida com os meus filhos, com os meus animais. E se eu sair daqui, eu não sei o que eu faço. Se eu sair, corro o risco de ficar sem a casa. Se eu ficar, corro o risco de ficar sem a vida”, declarou.
Outro morador do mesmo bairro, Manoel André, 46 anos, também enfrentou momentos difíceis e ficou com a casa tomada por lama, pedras e galhos que foram arrastados pela chuva.
Intervenção de vizinhos
Ele disse que a água desta vez chegou com muita violência. Segundo Manoel, mudanças estruturais feitas em uma residência da rua acima teriam contribuído para o aumento da vazão que invadiu vários imóveis.
“A água veio e não tinha pra onde ir, então ela foi acumulando, virando uma panela d’água. E aí ela entrou para dentro dos lotes vazios, danificando os demais e a parte de baixo”, disse .
Ele explicou que já havia acionado maquinários para corrigir o desnível da região e que a prefeitura também instalou barreiras, mas que tudo foi comprometido após as intervenções feitas pelo vizinho.
Manoel mora com a esposa, Carliene da Silva Santos, 45 anos, que acabou machucando a perna quando a geladeira foi arrastada pela enxurrada e bateu nela.
Devido às chuvas, a família acabou perdendo todos os bens materiais e teve de sair da residência por causa do risco de desabamento.
