Pesquisadores da Universidade Miguel Hernández de Elche, na Espanha, descobriram que um grupo específico de neurônios da amígdala — região do cérebro ligada às emoções — têm papel direto no surgimento de sintomas de ansiedade, depressão e isolamento social.
O estudo, publicado em junho na revista científica iScience, mostrou que normalizar a atividade desses neurônios foi suficiente para reverter os comportamentos em camundongos.
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A pesquisa identificou que os chamados neurônios de disparo regular, localizados na parte centrolateral da amígdala, ficam hiperativos quando há um excesso do gene Grik4, responsável por regular receptores de glutamato — uma substância que transmite sinais entre as células cerebrais. Essa hiperatividade provocou aumento da ansiedade e comportamentos depressivos nos animais.
Quando os cientistas corrigiram a expressão do gene Grik4 apenas em uma parte da amígdala, a função dos neurônios voltou ao normal e os camundongos deixaram de apresentar os sintomas. Outros tipos de neurônios, porém, continuaram disfuncionais, indicando que o efeito é bastante específico.



A ansiedade é uma espécie de condição psíquica caracterizada por preocupação constante e excessiva de que algo negativo possa acontecer. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é, ainda, uma sensação difusa de desconforto carregado por sentimento frequente de apreensão que pode desencadear transtornos
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, e registrou ainda mais casos da condição durante a pandemia da Covid-19. Além de adultos, a ansiedade também pode se manifestar em crianças por diversos motivos, como divórcio dos pais, provas ou problemas na escola, por exemplo
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Apesar de ser considerada relativamente comum, uma vez que pode atingir qualquer pessoa por qualquer motivo, a ansiedade se torna um verdadeiro problema quando tudo vira motivo de preocupação exagerada e o paciente passa a apresentar crises
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A crise de ansiedade é uma situação que causa grande sensação de angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau, e que foge completamente do controle, fosse acontecer a qualquer momento
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A crise surge, normalmente, devido a situações estressantes específicas e que geram gatilho, como precisar fazer uma apresentação, ter prazo curto para entregar um trabalho, estar em algum lugar que não gostaria ou ter sofrido uma perda, por exemplo
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Entre os sintomas de uma crise de ansiedade estão: batimentos cardíacos acelerados, sensação de falta de ar, formigamento no corpo, sensação de leveza na cabeça, dor no peito, náuseas, transpiração excessiva, tremores, entre outros
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Estes sintomas ocorrem devido ao aumento do hormônio adrenalina na corrente sanguínea, algo normal quando a pessoa enfrenta um momento importante. Contudo, se os sintomas se tornarem constantes, podem sinalizar um transtorno de ansiedade generalizada
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O que se deve fazer durante uma crise de ansiedade depende da gravidade e da frequência dos sintomas e, por isso, o ideal é sempre receber aconselhamento especializado, de um psiquiatra ou psicóloga
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Apesar disso, realizar exercícios de respiração, ingerir chá calmante, tentar conversar com alguém de confiança, descansar, desligar a mente, fazer atividades físicas que goste ou tentar manter o pensamento em algo que dê conforto são algumas dicas que podem ajudar a aliviar o problema
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Quando a crise de ansiedade acontece pela primeira vez, ou não se tem certeza do que está acontecendo, é importante procurar um hospital para garantir que não seja outro problema mais grave, como o infarto
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De qualquer forma, caso as crises sejam frequentes, um especialista deve ser procurado para identificar a causa e iniciar um tratamento
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A ansiedade pode desencadear problemas que, dependendo dos sintomas, podem ser classificados como Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobia social, síndrome do pânico, entre outros. Esses problemas podem gerar impacto na vida pessoal e profissional do paciente, por isso o quanto antes for diagnosticado, menos problemas serão enfrentados
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Segundo os autores, os resultados ajudam a entender como mudanças sutis em circuitos cerebrais emocionais podem causar transtornos como ansiedade e depressão.
Eles acreditam que terapias futuras poderão atuar diretamente nesses neurônios da amígdala, oferecendo um tratamento mais preciso e com menos efeitos colaterais.
Embora o estudo tenha sido feito em animais, os pesquisadores acreditam que o mecanismo pode se repetir em humanos, já que a estrutura e a função da amígdala são semelhantes entre as espécies.
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