A pouco menos de um ano das eleições presidênciais de 2026, a direita brasileira vive um racha e segue sem sucessor definido para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pleito deve acontecer em outubro do próximo ano.
A direita, antes unida em torno do bolsonarismo, viu-se dividida em relação a possíveis nomes para disputar a Presidência da República diante da inelegibilidade de Bolsonaro, estabelecida pelo Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) em 2023. Com isso, aliados começaram a disputar entre si sobre quem será o sucessor.
Além de inelegível, o ex-presidente também não pode se reunir com sua base na mesma frequência de antes, devido à prisão domiciliar que cumpre desde agosto, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Outro motivo para divisão são as trocas de farpas entre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e políticos da base, que intensificaram os conflitos internos entre a direita.
Candidatos a sucessão
Dois aliados do ex-presidente lançaram candidaturas independentes ao Planalto, como é o caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.
Além desses, o bolsonarismo ainda estuda lançar um terceiro candidato ao Executivo. O principal nome cotado é o de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que, apesar de ter o apoio de aliados, ainda adota uma postura discreta sobre o assunto. A pessoas próximas, Tarcísio confidencia que enxerga poucas vantagens em largar uma reeleição quase certa ao governo de São Paulo para disputar uma eleição em que pode sair de mãos abanando.
O nome do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), também ganhou destaque nos últimos dias, especialmente diante de um cenário de possível declínio de Tarcísio em concorrer ao Executivo no próximo ano. Entretanto, o político paranaense também mantém cautela sobre o tema.
Caso a direita emplaque mais um nome, seriam quatro, visto que o partido Missão, do MBL, aprovado recentemente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também pretende ter o seu candidato à Presidência da República. No entanto, Renan Santos, presidente do movimento, é visto como inofensivo pelos veteranos.
Romeu Zema, Ratinho Jr, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado
Bolsonaro ao lado de governadores e deputados federais em trio elétrico na Avenida Paulista
Marcelo Chello/Especial Metrópoles
O ex-presidente Jair Bolsonaro
HUGO BARRETO/METRÓPOLES
@hugobarretophoto
Governadores Ratinho Jr., Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas, Eduardo Leite
Marceli S. Camargo/Governo de SP
Racha pelo Senado em Santa Catarina
A disputa por vagas também tem mexido com a direita em Santa Catarina. Recentemente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que pretende concorrer, com apoio de Bolsonaro, a uma vaga no Senado. O ex-presidente tem base forte e sólida no estado, por isso, a eleição de Carlos é dada como certa lá.
Por outro lado, alguns bolsonaristas afirmam que as duas vagas do PL no estado para o Senado já haviam sido prometidas para a deputada Caroline de Toni (PL-SC) e ao senador Esperidião Amin (PP-SC), o que causou um desconforto.
Enquanto isso, esquerda aposta todas as fichas em Lula
Enquanto isso, no campo da esquerda, todas as fichas são apostadas em uma reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, recentemente, assumiu publicamente o desejo de disputar um quarto mandato como presidente. Além de Lula, a esquerda não conta com outras possibilidades que de fato possam se viabilizar, nem parece preparar sucessores.
