O Ministério da Fazenda anunciou nesta sexta-feira (14/11), em Belém (PA), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), o lançamento do 4º Leilão do Eco Invest Brasil: Bioeconomia e Turismo Sustentável, com foco na Amazônia.
Liderado pela Fazenda e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o programa já movimentou mais de R$ 75 bilhões em investimentos para atividades sustentáveis por meio de instrumentos financeiros inovadores, de acordo com o governo federal.
Segundo nota divulgada pela pasta comandada pelo ministro Fernando Haddad, a nova edição do leilão “concentra seus esforços na Amazônia Legal, com o objetivo de impulsionar cadeias produtivas baseadas na floresta em pé e fortalecer setores capazes de gerar renda, inclusão e valor agregado no território”.
De acordo com a Fazenda, o novo leilão vai abranger projetos de bioeconomia, iniciativas de turismo ecológico sustentável e infraestrutura habilitante, restrita à Amazônia Legal, como energia renovável descentralizada, conectividade digital, transporte de passageiros e soluções logísticas para o escoamento de produtos da bioeconomia.
“O Eco Invest já movimentou mais de R$ 70 bilhões provando que dá para desenvolver a economia real de forma moderna e sustentável. Esta nova edição, focada na Amazônia, mostra que a floresta em pé gera mais valor e mais oportunidades do que a devastação, impulsionando tecnologias e cadeias produtivas adequadas à região”, afirmou Haddad, que gravou uma mensagem veiculada nas redes sociais.
“Por meio deste novo leilão, o governo brasileiro contribui para um novo ciclo de prosperidade na Amazônia com uma economia que fortalece as cadeias da sociobiodiversidade e do turismo sustentável, criando oportunidades que gerem renda, inclusão e conservação da floresta”, destacou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
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Como vai funcionar
Segundo o Ministério da Fazenda, a nova rodada terá como eixo central a construção de cadeias de sociobioeconomia, bioindústria e restauração ecológica e produtiva. O desenho do leilão busca promover mercados regionais e integrar comunidades, empreendedores, cooperativas, empresas-âncora e instituições financeiras.
Para que esses novos mercados sejam viabilizados, o leilão adotará o modelo de “blended finance”, por meio do qual o Tesouro Nacional empresta recursos às instituições financeiras, a 1% ao ano, exigindo que seja mobilizado pelo menos quatro vezes esse valor em capital privado, com uma participação mínima de 60% de investidores estrangeiros.
De acordo com a Fazenda, os recursos poderão ser repassados por meio de crédito direto ou via fundos. Também está previsto um incentivo adicional equivalente a 20% do total alavancado, para ampliar a capacidade das instituições financeiras de mitigar riscos e acelerar a maturação das cadeias produtivas apoiadas.
Nos próximos dias, diz o governo, toda a documentação e informações relativas ao leilão serão disponibilizadas no site do Programa Eco Invest Brasil. As instituições financeiras interessadas em participar terão prazo no início de 2026 para a apresentação de propostas.
O Programa Eco Invest conta com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido no Brasil.
