Comer ouvindo música é um hábito comum: no carro, no restaurante, em casa ou no trabalho. Mas será que esse costume atrapalha ou ajuda a alimentação? Estudos recentes apontam que a música altera o comportamento alimentar, tanto para o bem quanto para o mal, dependendo de como é usada.
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Pode ser prejudicial? Pode. E a ciência explica.
1. Música muito alta = distração e excesso de comida
Quando o volume está elevado, nossa percepção de saciedade diminui. A atenção se desloca da refeição para o estímulo auditivo, e isso pode levar a:
- Comer mais rápido,
- Mastigar menos,
- Perder o timing da saciedade,
- Exagerar nas porções sem perceber.
Um estudo publicado no Food Quality and Preference mostrou que volumes altos aumentam o consumo calórico em até 20%.
2. Ritmos acelerados = mastigação apressada
Músicas animadas, com BPM alto, tendem a acelerar o ritmo das refeições. Isso eleva o risco de:
- Digestão mais lenta,
- Sensação de estufamento,
- Menor aproveitamento dos nutrientes.
Mas nem tudo é negativo — há benefícios também.



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Embora a música possa sabotar a alimentação em alguns cenários, ela também pode ser uma aliada quando usada conscientemente.
1. Músicas calmas reduzem ansiedade e fome emocional
Sons mais lentos e suaves ajudam a diminuir cortisol e tensão. Em pessoas que comem por ansiedade, isso pode:
- Diminuir a impulsividade à mesa,
- Favorecer escolhas mais equilibradas,
- Aumentar a consciência da refeição.
2. Ritmo tranquilo = mastigação mais lenta
Música suave incentiva um ritmo de refeição mais cadenciado, o que melhora:
- Digestão,
- Saciedade,
- Prazer ao comer.
3. Melhora a experiência sensorial
Ouvir música agradável pode tornar o momento mais prazeroso, estimulando refeições mais completas e feitas com atenção.
Então, afinal: música na hora de comer, sim ou não?
A resposta é sim, mas com moderação e estratégia.
Funciona bem quando:
- O volume é baixo;
- A música é calma;
- A refeição é feita com atenção plena;
o objetivo é relaxar, desacelerar e aproveitar o momento.
Não funciona tão bem quando:
- O som é alto, como em festas, bares ou academias;
- A música é muito rápida;
- A pessoa tem tendência a comer por ansiedade ou distração;
- Há histórico de compulsão alimentar.
Como usar a música a seu favor
- Prefira playlists com ritmos suaves.
- Evite músicas estimulantes durante as refeições principais.
- Baixe o volume para manter a atenção na comida.
- Evite telas — música pode ser relaxante, mas celular e TV amplificam distração.
Quando bem utilizada, a música pode melhorar a experiência da refeição e até ajudar a comer mais devagar. Mas, quando vira distração, facilita exageros e piora a digestão. Ou seja, comer ouvindo música não é um problema — o problema é como você faz isso.
(*) Juliana Andrade é nutricionista formada pela UnB e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional. Escreve sobre alimentação, saúde e estilo de vida





