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Condenada a 10 anos, “Dama do Tráfico” do CV ficou só 177 dias presa

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Condenada a 10 anos, “Dama do Tráfico” do CV ficou só 177 dias presa

Casada com um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) no estado do Amazonas, Luciane Barbosa Farias, a “Dama do Tráfico”, foi solta na semana passada por determinação da Justiça. Luciane foi condenada com trânsito em julgado a 10 anos de prisão em regime inicial fechado por associação para o tráfico, organização criminosa e por lavar dinheiro para o Comando Vermelho.

Luciane foi presa no dia 28 de maio deste ano em uma casa na zona norte de Manaus (AM). Antes da prisão, ela ficou foragida por cerca de cinco meses. Na última sexta-feira (21), a Justiça do Amazonas permitiu que ela cumprisse prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Entre o início do cumprimento da pena em regime fechado e a volta para casa, Luciane passou apenas 177 dias detida, o equivalente a cinco meses e 24 dias.

A mudança de regime foi noticiada pela imprensa local do Amazonas e confirmada pela coluna com a defesa de Luciane.

A decisão atende ao argumento da defesa de que Luciane precisa estar em casa para cuidar de suas duas filhas, que estariam correndo “grave risco emocional e psicológico”. Segundo a defesa, a filha mais velha, de 18 anos, tem histórico de transtorno emocional. A mais nova, de 11 anos, lida com ansiedade e depressão.

Barbosa Farias é casada desde 2012 com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho no Amazonas.

A “Dama do Tráfico” no Ministério da Justiça

Luciane Barbosa Farias se tornou conhecida em 2023 ao participar de reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no Congresso Nacional.

À época, Luciane se apresentava como presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG de direitos humanos. Um inquérito da Polícia Civil do Amazonas trouxe evidências de que a ONG era financiada com recursos do Comando Vermelho.

Luciane Barbosa Farias foi recebida pelo menos duas vezes no Ministério da Justiça, então comandado por Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das reuniões foi com o secretário de Assuntos Legislativos da pasta, Elias Vaz, e a outra com Rafael Velasco Brandani, então chefe da Secretaria Nacional de Políticas Penais, a Senappen.

Segundo ela, o objetivo das visitas era apresentar um dossiê sobre as más condições dos internos do sistema prisional amazonense.

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