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Condephaat faz ressalva à ideia de fechar Praça do Patriarca com vidro

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Condephaat faz ressalva à ideia de fechar Praça do Patriarca com vidro

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat) aprovou o projeto da gestão Ricardo Nunes (MDB) para reformar o Viaduto do Chá, o entorno do Theatro Municipal e a Praça do Patriarca, no centro da capital paulista.

O órgão fez ressalvas, no entanto, a uma das ideias mais polêmicas do projeto: a de fechar com vidro a entrada da Galeria Prestes Maia, cercando a marquise projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, na Praça do Patriarca.

“A proposta atual de fechamento da cobertura da galeria Prestes Maia interfere visualmente na fruição da Igreja Santo Antônio, do próprio Viaduto e dos bens tombados em seu entorno”, diz o parecer do Condephaat, responsável pela preservação do patrimônio estadual.

A Igreja Santo Antônio é tombada pelo conselho, assim como o Viaduto do Chá e o Edifício Matarazzo, logo ao lado.

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O projeto de fechar com vidro a entrada da Galeria Prestes Maia vinha recebendo críticas de arquitetos e da própria família de Paulo Mendes da Rocha. O grupo alega que a medida, se concretizada, descaracterizará a marquise – feita por um dos mais renomados arquitetos do país. A prefeitura, por outro lado, vê no cercamento uma forma de preservar a região.

Ao avaliar o pedido das obras para a região do Viaduto do Chá, o Condephaat liberou a prefeitura para as reformas, mas sugeriu outra opção de intervenção no caso da marquise.

“Como alternativa, sugerimos a adoção de um fechamento horizontal retrátil no gradil já existente, por exemplo. Dessa forma, não teria novos bloqueios visuais e haveria a reabertura do acesso quando necessário”, diz o texto.

Para o filho de Paulo Mendes da Rocha, o também arquiteto Pedro Mendes da Rocha, a sugestão do Condephaat parece uma solução mais interessante para o caso, diante da preocupação da prefeitura de fechar o acesso à galeria à noite.

“Essa é a proposta que menos interfere na integridade da obra”, afirma o arquiteto, ressaltando que o fechamento retrátil também precisará ser “cuidadosamente planejado”. Paulo diz que “quanto mais o espaço for público, aberto, permeável à circulação” melhor será.

Mais ressalvas do Condephaat

O Condephaat também fez ressalvas sobre outros pontos da reforma prevista para o Viaduto do Chá. Entre elas estão desde questões técnicas, como um pedido de informações sobre o piso do viaduto, até a determinação de que a gestão apresente uma nova proposta para a base da GCM que será instalada após as obras. Segundo o documento, a base deverá ter “cobertura e cor mais discreta, pois ficará logo em frente aos bens tombados”.

Em nota ao Metrópoles, o órgão de preservação do patrimônio disse que as ressalvas devem ser consideradas no projeto obrigatoriamente. “As obras podem ser iniciadas, inclusive para viabilizar parte das análises solicitadas nas ressalvas. Quanto ao fechamento da marquise, o projeto deverá ser revisado e aprovado pelo Condephaat antes do início de sua instalação”, diz o texto enviado à reportagem.

A prefeitura quer aproveitar a necessidade de reforma no Viaduto do Chá, que sofre com problemas de infiltração atualmente, para fazer uma licitação única com intervenções também nas calçadas ao redor do Theatro Municipal e na Praça do Patriarca. A ideia prevê ainda facilitar o uso da Galeria Prestes Maia, espaço que liga a Praça do Patriarca ao Vale do Anhangabaú e permanece inutilizado a maior parte do tempo.

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Viaduto do Chá

Guilherme Cunha / Divulgação SMTUR2 de 2

Theatro Municipal

Durante a elaboração do projeto para a região, a gestão Nunes chegou a cogitar transferir a marquise de Paulo Mendes da Rocha para outro ponto da cidade, mas acabou desistindo após resistência da família do arquiteto.

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