O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sanciona nesta quarta-feira (25/11) a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, mas há dúvidas sobre o cenário a ser apresentado no Planalto. Com a sanção, o petista conclui uma das suas principais pautas com potencial eleitoral, mas pode também mostrar seu momento de maior distanciamento do Congresso, diante da esperada ausência dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Cada um com seu motivo particular para não querer aparecer sorrindo ao lado de Lula, ambos não confirmaram se iriam ou não à cerimônia. Segundo interlocutores, eles devem declinar o convite.
O Congresso pode acabar representado, dessa forma, pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foram relatores do projeto em suas respectivas casas. A expectativa é que parlamentares de diversos partidos compareçam ao evento, mas há dúvida, porém, sobre o quórum de líderes partidários.



Lula, Hugo Motta e Davi Alcolumbre
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Motta e Lula
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O presidente Lula (PT), ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente
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Hugo Motta, Lula e Davi Alcolumbre
Vinícius Schimidt/Metrópoles
Motta, Lula e Alcolumbre
Reprodução
Brigas
Motta vive um momento de embate com o líder do PT, Lindbergh Farias, e uma ala do governo Lula por causa do PL Antifacção. Eles romperam relação pelo voto da base governista contra a proposta. O Planalto não aceitou quando o presidente da Câmara deu a relatoria do projeto, gestado pelo Ministério da Justiça, a um oposicionista, que mudou o texto e incluiu dispositivos como a retirada de recursos da Polícia Federal (PF), por exemplo.
Segundo aliados, Motta ainda estaria desconfiado com o governo desde o evento do Dia dos Professores. Apesar de estar ao lado do presidente Lula, o presidente da Câmara enfrentou vaias de petistas ao comparecer à cerimônia realizada em outubro. O deputado não quer dar oportunidade de o episódio se repetir.
Lindbergh saiu da votação falando em “quebra de confiança” com Motta, e o presidente da Câmara foi às redes sociais afirmar que o governo Lula errou ao votar contra. Ele esperava que a bancada petista apoiasse o PL Antifacção, e apresentasse um destaque para votar em separado a questão da Polícia Federal.
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A situação foi escalando até o ponto que Motta avisou que não quer manter qualquer tipo de relação com Lindbergh. O líder do PT tem dito que não faz questão alguma de ter contato com o presidente da Câmara, mas afirmou que seguirá frequentando a reunião de líderes e os espaços da Casa, mesmo que regidos pelo seu rival.
Já Alcolumbre rompeu com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e não quer papo com o Planalto. Ele não aceitou a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele tinha preferência pelo antecessor, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Segundo aliados, Alcolumbre avisou que votaria contra qualquer outro indicado que não fosse Pacheco. Prometeu, porém, que não seguraria a análise da indicação, como de fato ocorreu. Ele marcou a análise de Messias para o dia 10/12.
Em reposta a Lula, Alcolumbre pautou e aprovou um projeto que prevê a aposentadoria especial para agentes de saúde, com impacto que pode chegar a R$ 14 bilhões nos cofres públicos.




