A recente megaoperação policial no Complexo do Alemão e da Penha, que resultou na morte de quatro policiais, gerou um intenso debate sobre sua eficácia e o custo humano.
Um ex-integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) fez críticas sobre a classificação da ação como um “sucesso” e a falta de mudanças concretas para os moradores.
O ex-capitão reconheceu que o Comando Vermelho pode ter sido enfraquecido, mas questionou o valor da operação diante das perdas:
“Eu não troco a vida de quatro policiais, pais de família, pela prisão de 1.000 bandidos.”
A principal crítica é que, apesar de toda a mobilização e do luto de famílias de agentes, “nada vai mudar na vida do carioca” e do morador da comunidade.
Embora o governo a chame de “Operação Contenção”, o que cabe mesmo é chamar, provavelmente, de uma “contenção inútil”. A tese é que o crime organizado rapidamente se reorganiza, recrutando novos membros e até usando o Rio de Janeiro como “campo de treinamento”.
O termo mais forte levantado neste debate, e que tem uma recusa natural em ser usado, é “chacina” — definida como um conjunto de mortes de várias pessoas no mesmo evento.
Em vez de focar na apreensão de fuzis ou no número de prisões, o debate se concentra na tragédia humana e na ineficácia de ações que não trazem segurança duradoura.
Quer entender por que a operação policial está sendo comparada a um ‘massacre’ e o que isso tem a ver com o ‘narcoterrorismo’?
