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    COP30: sem clareza sobre fundo florestal, Lula tenta fechar acordo Mercosul-UE

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    Belém –  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais de 70 reuniões bilaterais nos dias que antecederam a abertura da Cúpula do Clima nesta quinta-feira (6/11), no Pará. Mas diante da incerteza sobre quais países de fato podem fazer aportes ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), o petista aproveita as agendas para tocar pautas paralelas à agenda climática, como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

    O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou na noite dessa quarta-feira (5/11) sobre as agendas de Lula. Questionado se foram acordados de fato os aportes ao TFFF, o chanceler se limitou a dizer que “para isso teremos reuniões amanhã”. A Cúpula dos Líderes reúne altos representantes de governos antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), que tem participação mais ampla e deliberativa.

    Uma das agendas bilaterais foi com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.  “A reunião foi excelente. Se discutiu a questão climática da COP em si, e também a questão bi-regional do acordo Mercosul-UE. Ela reafirmou sua esperança de que o acordo seja assinado no dia 20/12, no Rio de Janeiro, na Cúpula do Mercosul”, afirmou Vieira.

    

    Lula deve continuar levando o assunto nas reuniões bilaterais. Nesta quinta, o petista encontra o presidente da França, Emmanuel Macron. O país, por uma questão de proteção ao agronegócio local, foi o maior entrave à assinatura do acordo. No domingo (2/11), o ministro da francês para Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, afirmou que não assinaria a proposta sem garantia ao setor.

    Caminhos para o financiamento

    A prévia das diretivas da COP30 sugere a taxação de super-ricos, aviões e moda de luxo para alcançar a meta de financiamento climático. O chamado roadmap apresenta uma série de caminhos para atingir US$ 1,3 trilhão para aportes externo até 2035.

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    O valor foi estabelecido na COP29, no Azerbaijão, e tem como objetivo permitir que países em desenvolvimento recebam pelo trabalho de manutenção da natureza. Um dos grandes objetivos da COP no Brasil é estabelecer os mecanismos para o financiamento, especificamente o TFFF.

    De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi estabelecida como meta para este programa específico a captação de US$ 10 bilhões até a o fim do próximo ano. Até o momento, porém, somente US$ 2 bilhões foram aportados, sendo metade pelo Brasil e metade pela Indonésia.

    O objetivo é captar US$ 25 bilhões através de governos, e outros US$ 75 bilhões com o setor privado. Na COP tem crescido a demanda para que as empresas participem do processo de renovação climática.