A disputa pelas vagas no Senado por Santa Catarina em 2026 segue ganhando novos recortes, desta vez com críticas públicas de Carlos e Eduardo Bolsonaro a uma deputada estadual do Partido Liberal (PL) naquele estado.
O novo capítulo da novela, que tem como pivô o vereador do Rio de Janeiro e filho 02 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro, envolve agora Ana Campagnolo (PL).
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A discussão teve início depois de falas de Campagnolo em defesa da candidatura de Carol de Toni (PL) para o Senado no próximo pleito – algo que tem sido tratado nos bastidores como cada vez menos provável, diante do cenário que se desenha em Santa Catarina.
Isso porque, em 2026, duas vagas estarão em disputa para Senado em cada estado. Há, no entanto, um trio que vem sendo cotado para disputar as cadeiras na chapa da reeleição do governador de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL): Carlos Bolsonaro – indicado pelo pai -, a deputada federal Carol de Toni e o já senador, que pretende concorrer à reeleição, Esperidião Amin (PP) – favorito de Jorginho.
O resultado é que Carol vem sendo escanteada dentro do próprio partido, levantado rumores sobre a possibilidade de ela deixar o PL e se filiar a outra legenda, provavelmente o Novo.

Campagnolo é crítica desse moviment0 e já chegou a afirmar que a vaga que era de Carol de Toni foi “dada” a Carlos, o que provocou reações dos irmãos Bolsonaro.
Eduardo ataca
Em um longo texto publicado no X (ex-Twitter) nessa terça-feira (4/11), Eduardo Bolsonaro, autoexilado nos EUA, disse que as declarações da deputada estadual são “inaceitáveis”, tanto na forma (por terem sido públicas), como no conteúdo.
“As declarações da deputada estadual do PL, Ana Campagnolo, são totalmente inaceitáveis. Na forma, por terem sido feitas em público. No conteúdo, por se insurgirem contra a liderança política que a projetou e, pior, por representarem uma tremenda injustiça, já que ela usa uma régua contra meu irmão que jamais aplicou a si mesma”, escreveu.
Eduardo ainda relembrou que deu apoio a Campagnolo em 2018, quando mudou-se para Joinville (SC), e ressaltou que está aplicando o mesmo princípio para o irmão, Carlos. Segundo ele, mesmo que ele seja do Rio, é necessário deixar “o povo catarinense decidir se ele é ou não um bom candidato”.
“Não se trata de imposição, mas de coerência. Há duas vagas ao Senado e a liderança do presidente, que merece nosso respeito, escolheu Carlos para uma delas – ou será que é um sacrifício tão grande aceitar que o líder possa tomar uma decisão como esta?”, questionou, defendendo a escolha do pai.
Eduardo seguiu, por fim, dizendo se tratar de algo “absurdo” que uma deputada estadual tenha o “direito de se insurgir publicamente” contra uma liderança nacional, no caso, Jair Bolsonaro.
“Sabendo que foi uma decisão plenamente voluntária, é inaceitável que ela se sinta no direito de questionar a conveniência da escolha de quem viabilizou a sua carreira política. Desculpem, não acho isso normal nem aceitável. Acho que essa turbulência passou dos limites e não agrega a ninguém”, disse.
“Quanta baixaria! Lamentável”
O comentário de Campagnolo também rodou as redes sociais. Em uma publicação no X que repercutia as declarações da deputada estadual, Carlos também um fez comentário chamando-a de “menina” e negando que Carol de Toni teria sido escanteada.
“Não sejam mentirosos! Absolutamente nada do que essa menina está falando é verdade. Quanta baixaria! Lamentável!”, afirmou na última sexta-feira (31/10).
Novas repercussões
A polêmica acerca das candidaturas ao Senado por Santa Catarina em 2026 continuaram rendendo indiretas nesta semana. Carlos, por exemplo, publicou uma foto de Michelle Bolsonaro com Carol de Toni onde afirma que “os pré-candidatos de Jair Bolsonaro são Carol e Carlos Bolsonaro”.
Enquanto isso, Campagnolo também segue ativa no Instagram, onde respondeu aos comentários de Eduardo. Segundo ela, é possível “entender o sentimento” do filho do ex-presidente, mas continuou firme em sua posição.
“Você quer lealdade ou temos que obedecer e atender às vontade de cada membro da família? Sempre estive ao seu lado em todos os projetos políticos, agora apontei as consequências de uma estratégia pessoal do Carlos que prejudica nosso trabalho de base e você acha ‘inaceitável’?”, questionou Campagnolo.
