O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) se pronunciou, nesta quarta-feira (19/11), após a divulgação de um vídeo em que aparece trocando chutes e socos com um homem no centro de Curitiba. As imagens, registradas no início da manhã, mostram o parlamentar vestindo uma blusa amarela e partindo para cima de um homem de preto. Veja:
No vídeo, Freitas chega a desferir dois chutes contra o oponente, mas é atingido por um soco e cai na rua. Logo após o golpe, o nariz do deputado começa a sangrar. Também é possível ouvir provocações trocadas entre os dois, como: “Você não é o gatão?” e “Você não é o famosinho?”.
Em pronunciamento publicado nas redes sociais em formato de vídeo, o deputado afirmou ter sido alvo de agressão racista enquanto caminhava com uma amiga, também negra, em Curitiba.
No vídeo, ele relatou que, desde a infância, convive com episódios de discriminação. Segundo ele, “nunca aprendeu a aceitar calado a violência que tentaram naturalizar” em sua vida.
O parlamentar contou que o episódio ocorreu quando atravessava a rua e um motorista teria jogado o carro em sua direção. “Eu só olhei, não gesticulei e não falei nada. Ele abaixou o vidro e já veio perguntando: ‘Tá olhando o quê, cara?’, e começou a me xingar”, afirmou.
Segundo Freitas, o homem saiu do carro e avançou para iniciar a briga. Em seguida, o motorista passou a segui-los, enquanto filmava “para tentar criar uma situação e gerar visualizações”. O deputado afirmou ter reagido para se defender até conseguir imobilizar o homem.
O parlamentar declarou, ainda, que não pretende se apresentar como vítima ou agressor, mas questionou a motivação do ataque. “Qual a razão de alguém descer do carro, no meio do nada, para partir para cima de outra pessoa?”, afirmou.
Leia também
-
Quem é Renato Freitas, deputado do PT que trocou socos na rua
-
Vídeo: deputado do PT troca socos com homem no meio da rua em Curitiba
Mestre em direito
Renato Freitas é graduado e mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ele foi eleito deputado estadual em 2022, com mais de 50 mil votos, e já teve o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal de Curitiba
Freitas ganhou projeção ao participar de um protesto pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro, quando entrou na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba, acompanhado de manifestantes. Na ocasião, a Justiça do Paraná determinou que a Câmara interrompesse o processo de cassação de seu mandato. A Arquidiocese de Curitiba também se posicionou contra a cassação.
Em 2023, o deputado denunciou ter sido alvo de uma “inspeção aleatória” da Polícia Federal (PF). Ele foi retirado de um avião no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e submetido à revista por agentes, procedimento que ele classificou como racista.
