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    Derrite diz que “cultura marxista trata bandido como coitadinho”

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    O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (Progressistas), voltou a elogiar, nesta segunda-feira (3/11), a megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro e a defender projeto de lei para classificar  facções como grupos terroristas. Ao destacar a necessidade de uma mudança de legislação, o secretário afirmou que a Justiça criminal no Brasil é prejudicada por uma “cultura marxista, que trata bandido como coitadinho’”.

    A fala foi feita durante participação no Fórum Paulista de Desenvolvimento (Fopa) em Itu, interior de São Paulo.

    “Infelizmente o sistema de justiça criminal no nosso país é falho por conta de uma cultura marxista que trata o bandido como um coitadinho, vítima da sociedade. E o bandido comete um crime tendo a certeza de que, se ele for preso, logo vai ser solto. É esse trabalho que nós temos que fazer no Congresso Nacional, mudança da legislação.”

    Eleito deputado federal pelo PL, Derrite vai se licenciar do cargo à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para retornar à Brasília e relatar o projeto.

    “No que depender de mim, esses criminosos do PCC, do CV, ou qualquer outra organização criminosa merecem serem classificados como terroristas. E que a legislação possa endurecer cada vez mais a progressão de pena, para que eles possam ficar muito mais tempo presos”, afirmou.

    10 imagensMegaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando ao HGVMegaoperação no Rio de JaneiroDurante operação Contenção da polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia CivilDurante operação polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia CivilPoliciais durante megaoperação no Rio de JaneiroFechar modal.1 de 10

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo2 de 10

    Megaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando ao HGV

    Gabriel de Paiva / Agência O Globo3 de 10

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo4 de 10

    Durante operação Contenção da polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

    Fernando Frazão/Agência Brasil5 de 10

    Durante operação polícia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

    Fernando Frazão/Agência Brasil6 de 10

    Policiais durante megaoperação no Rio de Janeiro

    Fernando Frazão/Agência Brasil7 de 10

    Durante operação Contenção da polícia contra o Comando Vermelho, inspetoras da Polícia Civil catalogam apreensão de drogas

    Fernando Frazão/Agência Brasil8 de 10

    Durante operação polícia contra o Comando Vermelho, bandidos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi

    Fernando Frazão/Agência Brasil9 de 10

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Reprodução / Redes sociais10 de 10

    Megaopoeração contra o CV, no Rio de Janeiro

    Reprodução/Redes sociais

    Facção criminosa versus organização terrorista

    Após a megaoperação ocorrida no Rio, políticos de direita se mobilizaram para pedir o enquadramento das facções criminosas como terroristas. A medida vem sendo promovida por aliados do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL).

    A mudança de enquadramento, contudo, vai em direção oposta ao que defende o governo Lula (PT), que entende que organizações como o PCC e o CV não podem ter essa classificação por não terem inclinação ideológica.

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    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, já se manifestou no passado contra o projeto. Segundo ele, a medida relativiza o entendimento sobre organizações terroristas:

    “Grupos terroristas são aqueles que causam perturbação social, política grave e têm uma inclinação ideológica. Isso não acontece com as organizações criminosas, que são relativamente fáceis de se identificar porque praticam crimes que estão capitulados no Código Penal e na legislação extravagante. Grupos terroristas são organizações de outra natureza, e não temos nenhuma intenção de confundir os dois conceitos”, afirmou Lewandowski em outubro deste ano.

    Vitrine para as eleições

    O retorno de Guilherme Derrite à Câmara coincide com o plano do secretário e se projetar nacionalmente em discussões nacionais relacionadas à segurança.

    A princípio, ele planejava adiantar a saída do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para articular projetos como o da PEC da Segurança Pública. Agora, o secretário deve continuar na SSP até abril, quando começa o período de desincompatibilização.