O detento Tremane Wood, de 46 anos, condenado à morte por um assassinato ocorrido em 2002, teve a execução interrompida poucos minutos antes da aplicação da injeção letal, nessa quinta-feira (13/11), em Oklahoma, nos Estados Unidos.
A decisão foi tomada pelo governador republicano Kevin Stitt, que atendeu a uma recomendação da Junta de Indultos e Liberdade Condicional do estado.
Pena de morte nos EUA
- Oklahoma é um dos 27 estados americanos onde a pena de morte ainda é aplicada.
- Outros 23 a aboliram, segundo dados do Death Penalty Information Center.
- Desde 1976, os Estados Unidos executaram 1.649 pessoas.
O anúncio chegou quando Wood já havia feito sua última refeição e aguardava na cela o procedimento final. Segundo sua advogada, Amanda Bass Castro-Alves, o detento caiu no chão, emocionado, ao ser informado da clemência.
Ela afirmou que ele expressou gratidão pela “segunda chance” após 20 anos de disputas judiciais.
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Decisão do governador
Stitt seguiu o parecer do conselho, que votou por 3 a 2 para substituir a pena de morte por prisão perpétua. Essa é apenas a segunda clemência concedida pelo governador em quase sete anos de mandato.
Ele afirmou que a medida impõe punição semelhante à aplicada ao irmão de Wood, Jake, que cumpria pena perpétua e morreu por suicídio na prisão.
A ordem assinada pelo governador impede que o condenado solicite, no futuro, comutação, perdão ou liberdade condicional. “A decisão mantém um criminoso violento longe das ruas para sempre”, declarou Stitt.
O procurador-geral de Oklahoma, Gentner Drummond, disse estar desapontado, mas reconheceu que a decisão era prerrogativa do governador. Já a defesa de Tremane Wood comemoraram a mudança, afirmando que ela atende aos desejos da família da vítima e pode trazer algum alívio após duas décadas de processos.
Condenação
Wood foi condenado pela morte de Ronnie Wipf, de 19 anos, esfaqueado durante uma tentativa de roubo em Oklahoma City. Desde o início, ele afirma que o responsável pelo homicídio foi o irmão, Jake. A defesa também apontou problemas no julgamento, incluindo a atuação de um advogado considerado incompetente e supostos acordos ocultos entre promotores e testemunhas.
Durante audiência por videoconferência, Wood reconheceu ter participado do roubo e admitiu que teve má conduta enquanto esteve preso, mas negou ter matado Wipf. “Eu não sou um monstro. Não sou um assassino”, declarou.
Promotores, porém, sustentam que as provas apontam diretamente para ele. Um dos responsáveis pela acusação, George Burnett, criticou o peso da decisão de um conselho com apenas cinco membros após mais de 20 anos de discussões sobre o caso.
Ele também afirmou que relatórios indicam envolvimento do preso com gangues, tráfico de drogas e agressões ordenadas dentro da penitenciária.
