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DF registra 24 feminicídios no ano e ultrapassa nº de casos de 2024

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DF registra 24 feminicídios no ano e ultrapassa nº de casos de 2024

Em pouco mais de 10 meses, o Distrito Federal chegou a trágica marca de 24 feminicídios registrados neste ano. O número de crimes já ultrapassa a quantidade de casos ocorridos na capital do país durante todo o ano de 2024, quando 22 mulheres tiveram suas vidas interrompidas em decorrência da violência de gênero (Relembre, ao final desta reportagem, os crimes de 2025).

Quem são as vítimas:

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Ana Moura Virtuoso, de 27 anos, foi morta a facadas pelo marido, Jadison Soares da Silva, 47, na Estrutural. Primeiro feminicídio de 2025, ocorreu em 5 de janeiro

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Gessica Moreira de Sousa, 17 anos, foi morta com um tiro na cabeça, em Planaltina, em 22 de fevereiro, pelo ex-companheiro Vandiel Próspero, 24 anos. Ela estava grávida

Material obtido pelo Metrópoles3 de 16

Ana Rosa Rodolfo de Queiroz Brandão, 49 anos, morreu em 26 de fevereiro, no Cruzeiro Velho. Ela foi estrangulada e esfaqueada pelo ex-pastor Antônio Ailton da Silva, 43 anos

Reprodução/redes sociais4 de 16

Maria José Ferreira dos Santos, 31 anos, assassinada com duas facadas no peito, em 31 de março, no Recanto das Emas, pelo companheiro Neilton Pereira Soares, 41 anos

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Dayane Barbosa Carvalho, 34 anos, foi morta pelo marido Jovercino Antônio de Oliveira, 39 anos. Crime aconteceu em 29 de março, na Fercal

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Marcela Rocha Alencar, de 31 anos, foi assassinada na noite de 1º de abril pelo morador de rua Renato Carlos de Souza Pereira. O corpo dela foi encontrado na região dos pinheiros do Paranoá

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Elane da Silva Rodrigues Inácio, 36 anos, foi assassinada pelo companheiro Marcelo Inácio da Conceição, 41 anos, em 15 de janeiro. O corpo dela foi localizado em abril, enterrado em um assentamento de Planaltina

Material obtido pelo Metrópoles8 de 16

Valdete Silva Barros, 46 anos, morta pelo marido José Ribamar Cunha Pereira, em 19 de abril, no Sol Nascente

Material obtido pelo Metrópoles9 de 16

Vanessa da Conceição Sousa, 31 anos, foi vítima de feminicídio, em 18 de maio, em Samambaia Norte. O autor é Silvoneide Carvalho de Torres, de 32, que golpeou a vítima com uma faca na clavícula

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Liliane Cristina de Carvalho, 34 anos, morta com ao menos 11 facadas por Rafael Moreira da Cruz, 34 anos, em Ceilândia. Caso ocorreu em 19 de maio

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Raquel Gomes Nunes, de 46 anos, foi encontrada morta em 17 de junho, no Recanto das Emas. Crime foi cometido pelo companheiro dela, Fábio de Souza Santos, 24 anos

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Telma Senhorinha da Silva, 51 anos, foi assassinada pelo marido com um tiro na cabeça, em 7 de junho, no Setor Habitacional Lucio Costa. O crime foi cometido pelo motorista e Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) Valdeir Teodoro da Silva, de 47

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Cheryla Carvalho de Lima, 43 anos, morta a facadas em 29 de julho, em Samambaia. O autor do crime, João Paulo Silva Matos, de 35 anos, foi preso em flagrante

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Camila Pereira Lopes, 28 anos, foi atingida por facadas dadas por William Lopes, também de 28 anos, em 13 de agosto, no Itapoã

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Pâmella Maria Rocha Rangel, 21 anos, morreu após ser atingida por um golpe de faca no peito, em 23 de agosto, em Brazlândia. Flávio do Nascimento Santos, de 42 anos, confessou que estava sob efeito de droga no dia em que matou a companheira

Imagem cedida ao Metrópoles16 de 16

Camila Rejaine de Araújo Cavalcante, de 50 anos, morreu após ser ferida com golpes de picareta dados pelo marido Agnaldo Nunes da Mota, 50 anos. Feminicídio ocorreu em 24 de outubro, em Sobradinho II

Reprodução

Os dados fazem parte do painel do feminicídio, alimentado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). Até a última atualização, de 29 de outubro, do total de feminicídios registrados em 2025, 19 casos foram confirmados. Cinco mortes ainda estão sob análise e podem mudar a tipificação.

O caso mais recente foi registrado em 24 de outubro, em Sobradinho II. A vítima é Camila Rejaine de Araújo Cavalcante, brutalmente morta aos 50 anos.

Ela foi atacada com golpes de picareta, desferidos pelo próprio companheiro, Agnaldo Nunes da Mota, também de 50 anos. O homem foi preso em flagrante, arrastando o corpo da mulher, na tentativa de encobrir o crime.

Em outubro do ano passado, Agnaldo já havia desferido um golpe de facão no tórax de Camila. Ele chegou a ser preso, em março de 2025, mas acabou solto. Um ano depois, o agressor atacou novamente a vítima, desta vez fatalmente.

O crime foi cometido na residência do casal. De acordo com o policial que conduziu a ocorrência, a equipe foi acionada para atender a uma denúncia de violência doméstica.

O feminicídio de Camila Reijaine reflete um padrão recorrente. Dados do painel indicam que, em 2025, 41,7% dos casos envolveram o uso de arma branca, e a maior parte desses crimes ocorreu dentro da própria residência (58,3%).

De acordo com o monitoramento, 74% dessas vítimas não registraram ocorrências anteriores ao crime, mesmo que 45,8% já tivesse sofrido violência doméstica.

Pai matou filha

Em 7 de outubro, Marcela Santos Silva, 22 anos, foi morta pelo próprio pai, Marcelo Santos, no Condomínio Mestre D’Armas II, em Planaltina.

No dia da morte da jovem, o pai da vítima alegou que ela teria passado mal após o uso excessivo de cocaína, apresentando convulsões. Ele afirmou ainda que as lesões encontradas no pescoço e na boca seriam decorrentes de tentativas de reanimação.

No entanto, ao longo das investigações, novos elementos — incluindo depoimentos e exames periciais — revelaram inconsistências na versão apresentada pelo investigado. Os investigadores também descobriram que o pai da vítima tentou alterar a cena do crime, lavando o sangue dela e retirando drogas e objetos do local. O laudo cadavérico apontou lesões incompatíveis com tentativas de reanimação.

Diante das provas reunidas, o delegado da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) representou pela prisão preventiva do investigado, medida que foi deferida pela Justiça do DF.

Ele foi localizado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, nas proximidades de Águas Lindas de Goiás.

Adolescente de 13 anos

A morte de Allany Fernanda, de apenas 13 anos, inicialmente foi classificada como feminicídio. A adolescente foi morta com um tiro no rosto, nessa segunda-feira (3/11), no Sol Nascente.

Carlos Eduardo Pessoa Tavares, 20 anos, foi preso suspeito de ter matado a menina. A princípio, havia sido divulgado que o jovem teria um relacionamento amoroso com a vítima, porém essa versão foi descartada. Ele deve ser indiciado por homicídio doloso.

Na madrugada de segunda, a Polícia Militar (PMDF) foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo no Sol Nascente. Ao chegar ao local, na casa do suspeito, a jovem estava sendo socorrida pelo Corpo de Bombeiros.

Allany chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu à gravidade do ferimento. A morte dela foi confirmada na madrugada de terça-feira (4/11).

Carlos alegou que o disparo efetuado contra a adolescente foi acidental. Ele disse que, na noite de domingo (2/11), saiu para um bar em Ceilândia na companhia da namorada. O casal estava acompanhado de Allany, do namorado dela, de 16 anos, e de uma amiga da vítima.

Horas depois, o grupo teria se deslocado para a kitnet de Carlos, no Sol Nascente. Já durante a madrugada, eles teriam pedido sanduíches e uma pizza via aplicativo de entrega. No momento em que a amiga de Allany se levantou para pegar mais um pedaço de pizza, Carlos teria efetuado o disparo contra a adolescente, segundo ele, de forma acidental.

Vítimas de feminicídio no DF em 2025

Os demais casos de feminicídio seguem sob sigilo ou ainda estão em investigação, e os nomes das vítimas não foram divulgados.

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