Um terrorista, no passado ligado a Al-Qaeda, organização responsável pelo 11 de setembro, atentado terrorista que matou mais de três mil norte-americanos, foi recebido, ontem, no Salão Oval da Casa Branca pelo presidente Donald Trump.
Bin Laden, o líder da Al-Qaeda, caçado durante 10 anos por forças dos Estados Unidos, acabou morto no Paquistão. À época do 11/9, os Estados Unidos invadiram o Iraque a pretexto de que havia ali armas de destruição em massa para alimentar o terror.
Não havia. Foi desculpa esfarrapada para se apoderar dos poços de petróleo do Iraque, derrubar o ditador Saddam Hussein e o enforcar depois de um simulacro de julgamento. O presidente George W. Bush então declarou vitória.
Até recentemente, os Estados Unidos ofereceriam uma gorda recompensa para quem os ajudasse a capturar Alhmad al Shara, nascido na Arábia Saudita, filho de pais sírios, e que cometeu atrocidades também como militante do Grupo Estado islâmico.
Acontece que a sangrenta ditadura de Bashar al Assad na Síria finalmente desmoronou. E quem hoje manda no país na condição de presidente não eleito é Alhmad al Shara. O terrorista, que ele não deixou de ser, deu lugar ao ex-terrorista que Trump acolheu.
Apoiado pela Turquia e a Arábia Saudita, Al Shaara deu um banho de loja em sua imagem, passou a vestir-se como ocidental e acena para Trump com a possibilidade de fazer negócios e de se alinhar aos interesses dos Estados Unidos. Trump saliva.
Enquanto isso, Trump ameaça invadir a Venezuela, dona das maiores reservas de petróleo do mundo, para derrubar o regime de Nicolás Maduro, a quem acusa de narco terrorismo. Há navios e aviões de guerra no mar do Caribe à espera da ordem de Trump.
O terrorista de ontem pode ser o aliado de amanhã, não esqueça. Nem sempre terrorista bom é terrorismo morto. Nem sempre suspeito de terrorismo bom é suspeito morto. Depende de quem os rotula. E depende de como eles se comportam.
Enquanto viveu, Yasser Arafat, nascido no Egito, filho de pais palestinos, foi acusado de terrorista por Israel, os Estados Unidos e demais potências ocidentais. Líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), morreu em Paris em 2004.
Mas 10 anos antes, Arafat recebeu o Prêmio Nobel da Paz juntamente com os líderes israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres. Em acordo patrocinado pelos EUA, eles se comprometeram a unir esforços para a realização da paz entre os dois povos.
O acordo não deu em nada, salvo na morte de Rabin, assassinado por judeus radicais, e no isolamento político de Arafat.
Todas as Colunas do Blog do Noblat no Metrópoles
