O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou de “bizarrice alexandrina” o julgamento que condenou o núcleo crucial da trama golpista, que inclui seu pai, Jair Bolsonaro (PL), e outros sete aliados. A declaração ocorreu nesta terça-feira (25/11), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarar o trânsito em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso) da ação penal e determinar o início do cumprimento definitivo das penas.
No X (antigo Twitter), Eduardo publicou uma montagem com fotos dos oito condenados, acompanhada da frase “soltar traficantes e prender generais”. Em seguida, afirmou que o episódio, o qual ele chamou de “golpe da Disney”, teria “mínimo potencial” para configurar tentativa de ruptura institucional.
“Por ter sido um julgamento político, ele instigará o cenário político a mudar e corrigir esta bizarrice alexandrina. Podem anotar”, escreveu o deputado.
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Quem começou a cumprir pena
Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, declarou o trânsito em julgado da Ação Penal 2668. A decisão encerra a possibilidade de recursos e torna definitivas as condenações da Primeira Turma do STF.
Preso preventivamente desde sábado (22/11), o ex-presidente Jair Bolsonaro cumprirá os 27 anos e três meses de pena na Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, onde já está detido. Ele foi condenado por liderar organização criminosa que planejou a execução de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
O general Walter Souza Braga Netto, sentenciado a 26 anos, seguirá preso na Divisão do Exército, no Rio de Janeiro, onde já estava detido preventivamente desde dezembro de 2024.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, condenado a 24 anos, não estava em casa, no Jardim Botânico, quando a Polícia Federal chegou para prendê-lo. Ele foi localizado no escritório de seu advogado, no Lago Sul, onde os agentes efetuaram a prisão. Torres cumprirá pena no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como “Papudinha”.
Onde cada réu cumprirá a pena
- Condenado a 24 de prisão, o almirante Almir Garnier ficará na Estação Rádio da Marinha, em Brasília (DF).
- Augusto Heleno cumprirá pena no Comando Militar do Planalto. O general foi condenado a 21 anos.
- O general Paulo Sérgio Nogueira também ficará no Comando Militar do Planalto, em Brasília. Ele foi condenado a 19 anos.
- Condenado a 26 anos de prisão, o general Braga Netto seguirá na Divisão do Exército, na Vila Militar, no Rio de Janeiro.
- O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, cumprirá pena no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha.
Réu foragido e situação de Mauro Cid
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), também condenado, permanece foragido. Ele está nos Estados Unidos e não foi localizado para o cumprimento da pena.
Único integrante do núcleo crucial que não será preso, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, recebeu pena de dois anos em regime aberto, em razão da delação premiada. No início do mês, o STF autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica. Ele deverá permanecer em casa, salvo autorização judicial, e está proibido de deixar o país.
