O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, defendeu a exploração de minerais críticos durante um evento com empresários promovido pelo Esfera Brasil, na noite desta segunda-feira (3/11), em Brasília.
Ao lado de João Camargo, presidente do Conselho do Grupo Esfera, o novo ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a discussão a respeito da extração das terras raras, proposta pelo Planalto, trata da “soberania nacional” e defendeu que o país exporte produtos de maior valor agregado.
“Esse é um projeto que deveria ser suprapartidário, com compromisso dos setores populares e dos setores empresariais: a soberania sobre os nossos recursos minerais. Nós temos a segunda maior reserva de terras raras do mundo. O que nós vamos fazer com isso? Nós vamos exportar isso de forma bruta ou nós vamos processar aqui? Criar uma cadeia produtiva aqui? Nós temos a maior reserva de quartzo, que hoje a gente exporta quartzo bruto, que tem valor 20 vezes menor que o quartzo em grau solar e eletrônico, que poderia estar sendo processado aqui. Isso é um debate de projeto e que o presidente Lula tem levado quando defende a soberania do país”, disse Boulos.
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Governo Lula e as terras raras
A exploração de terras raras tem despertado crescente atenção do Governo Federal, especialmente após o aumento do interesse econômico dos Estados Unidos na extração de metais criticos e estratégicos. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do planeta, equivalente a cerca de 25% do total mundial.
Esses elementos formam um grupo de 17 metais essenciais para a fabricação de diversos produtos modernos — de smartphones e televisores a câmeras digitais e lâmpadas de LED. Embora utilizados em pequenas quantidades, são considerados insubstituíveis.
O principal uso das terras raras está na produção de ímãs permanentes, mas elas também desempenham papel estratégico na indústria de defesa, compondo aeronaves de caça, submarinos e equipamentos com telêmetro a laser. Por essa importância tecnológica e militar, seu valor comercial é elevado.
No dia 16 de outubro, o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) foi oficialmente instalado. Durante a cerimônia, com a presença de Lula, o colegiado interministerial decidiu criar um conselho voltado, exclusivamente, aos minerais críticos, com a função de assessorar o governo na formulação de políticas para o setor.
A posição do petista é de que os minerais estratégicos brasileiros, como o lítio e o nióbio, devem ser preservados, por serem “do povo brasileiro”. Na última quinta-feira (30/10), o presidente se reuniu com lideranças da mineração e investidores estrangeiros do setor. Segundo interlocutores do Planalto, o tema das terras raras foi mencionado nas conversas.
