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    Em queda livre: bitcoin desaba 9% e chega ao menor valor em 7 meses

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    O bitcoin, principal criptomoeda do mundo, operava em forte queda nesta sexta-feira (21/11), intensificando a trajetória descendente desde que atingiu a máxima do ano.

    No início de outubro, a moeda virtual ultrapassou a marca de US$ 126 mil, recorde histórico até aqui.

    Por volta das 10h40 (pelo horário de Brasília) desta sexta-feira, o bitcoin despencava 8,9% em 24 horas e era negociado a US$ 83,6 mil, de acordo com dados da plataforma CoinGecko.

    Na mínima do dia, o bitcoin cravou os US$ 80 mil, menor valor em 7 meses, desde o dia 11 de abril.

    Em reais, a criptomoeda registrava perdas de 8,1%, cotada a R$ 451 mil, segundo o CoinTrader Monitor.

    Atualmente, o valor de mercado de todas as criptomoedas somadas é de cerca de US$ 2,95 trilhões.

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    O que explica a queda do bitcoin

    De acordo com analistas do mercado, o preço do bitcoin segue pressionado por causa das dúvidas cada vez maiores acerca de um possível corte de juros nos Estados Unidos na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).

    Como o mercado está cada vez menos otimista em relação a um novo corte de 0,25 ponto percentual, a pressão aumenta sobre o bitcoin.

    Atualmente, os juros nos EUA estão situados no patamar entre 3,75% e 4% ao ano – após o corte de 0,25 ponto percentual na última reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed, no fim de outubro.

    A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros, a última do ano, está marcada para os dias 9 e 10 de dezembro.

    Após a divulgação dos dados referentes a setembro do “payroll”, o relatório oficial de emprego dos EUA, o mercado se dividiu ainda mais em relação às projeções sobre o que o BC norte-americano fará em sua próxima reunião.

    Os EUA registraram a criação de 119 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em setembro. O resultado veio bem acima das projeções do mercado, que indicavam a criação de 53 mil vagas.

    A taxa de desemprego no país foi de 4,4% em setembro. Em agosto, o “payroll” mostrou o fechamento de 4 mil vagas no país (dado revisado) e uma taxa de desemprego de 4,3%.

    Setembro interrompeu uma sequência de quatro meses consecutivos em que os empregos criados ficaram abaixo de 100 mil nos EUA. Também foi a primeira divulgação do relatório desde o fim do shutdown – a paralisação de diversos setores da máquina governamental, que durou mais de 40 dias e foi a maior da história do país.

    A força do mercado de trabalho nos EUA é um dos componentes considerados pelo Fed para definir a taxa de juros e esfriar a demanda na economia a fim de combater a inflação.

    Analistas temem que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Fed. Nesse sentido, dados mais fracos do “payroll” poderiam ser até considerados positivos, por sinalizarem maior espaço para a queda dos juros – embora também exista a preocupação em relação a uma retração excessiva da maior economia do mundo.

    Além das dúvidas acerca dos juros da economia norte-americana, o mercado reage a uma onde de vendas de criptomoedas por parte de grandes investidores de longo prazo, o que acaba gerando um ambiente de temor no mercado.

    O mês de novembro deve ser o segundo pior para os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin desde o lançamento desses produtos em Wall Street.

    Criptomoedas

    As criptomoedas, em geral, são consideradas ativos de maior risco do que investimentos em renda fixa, o que oferece oportunidade de maior retorno.

    Projeções apontam que parte dos investidores destinam algo entre 1% e 10% de seu patrimônio para esses ativos de maior risco. Quando a perspectiva é de inflação menor e juros mais baixos nos EUA, os criptoativos se tornam mais atraentes. Afinal, juros mais baixos diminuem a rentabilidade da renda fixa, o que anima os investidores a serem mais arrojados. Quando ocorre o contrário, elas se tornam menos atrativas.