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    Empresário ligado ao CV, “Mentor de Barricadas” é alvo da polícia

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    As polícias Civil e Militar deflagraram, nesta terça-feira (18/11), mais uma fase da Operação Contenção, considerada a principal ofensiva contra a expansão territorial do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. A ação tem como foco desarticular a estrutura financeira e logística da facção, atingindo especialmente um empresário no ramo de reciclagem identificado como Cosme Rogério Ferreira Dias. Conhecido como “Mentor de Barricadas”, ele é responsável por financiar e fornecer materiais usados na construção de barreiras ilegais em comunidades dominadas pelo CV.

    Veja vídeo:

    Participam da operação agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Bope e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE). Até a publicação desta matéria, 15 investigados haviam sido presos.

    Agentes d DRF saíram para cumprir, ao todo, 41 mandados de prisão e 94 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores. Oito ferros-velhos foram interditados. As diligências ocorrem no Rio, em São Paulo e em Minas Gerais.

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    Principais objetivos da operação:

    • Cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão.
    • Bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores ligados ao crime.
    • Interdição de oito ferros-velhos usados para receptação e lavagem de dinheiro.
    • Diligências realizadas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

    Como funcionava o esquema

    De acordo com as investigações, parte significativa dos recursos usados para erguer e manter barricadas vinha da receptação e comercialização de cobre e outros metais furtados. Esses materiais eram direcionados a ferros-velhos associados ao tráfico, que atuavam como polos de lavagem de dinheiro e suporte operacional para a facção.

    Segundo a polícia, tais estabelecimentos financiavam:

    • A construção e reconstrução de barricadas;
    • A manutenção de vigilância armad;a
    • A operação de pontos de venda de drogas.

    O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que esta etapa da operação representa “um golpe direto na espinha estrutural e econômica do Comando Vermelho, visando asfixiar financeiramente a facção e restringir sua capacidade de domínio territorial”.

    A análise financeira conduzida pela DRF identificou movimentação ilícita superior a R$ 217 milhões, valor considerado incompatível com a atividade declarada pelos investigados. Diante das evidências, a Justiça autorizou:

    • Bloqueio integral de ativos financeiros;
    • Sequestro de imóveis de luxo no Recreio dos Bandeirantes;
    • Sequestro de veículos de alto padrão;
    • Interdição de oito ferros-velhos usados como centrais de escoamento de cobre furtado;
    • Afastamento compulsório de sócios e responsáveis legais.