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Empresário que confessou ter matado brasiliense permanece solto

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Empresário que confessou ter matado brasiliense permanece solto

Após mais de um ano do homicídio do pescador e empreendedor brasiliense Fábio Sabino de Souza (à esquerda na foto em destaque), ocorrido em uma chácara em Niquelândia (GO) em 14 de setembro de 2025, o homem que confessou ser o autor do crime permanece solto. As alegações da família para impunidade do empresário Francisco Canindé Da Hora (à direita na foto em destaque) seria pelo fato de ele ser casado com uma prestigiada juíza na região.

Veja: 

O empresário foi preso no dia seguinte ao assassinato, em Anápolis (GO), para onde teria fugido após cometer o crime. Porém, em audiência de custódia, foi arbitrada fiança no valor de R$ 10 mil, que foram pagos, colocando, assim, Francisco em liberdade. A Justiça alegou que o suspeito não tinha antecedentes criminais e que teria agido em legítima defesa.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) fez algumas reconsiderações do caso e um novo julgamento deve ocorrer, no primeiro semestre de 2026, em Niquelândia (GO).

O crime

O homicídio aconteceu por volta das 22h40, no Condomínio Pouso Alegre, em um setor de chácaras da região. Francisco Canindé seguiu Fábio de forma cautelosa, portando uma pistola Taurus calibre. 380, como mostram registros das câmeras de segurança.

O empresário, então, efetuou dois disparos, um acertou a mão e o outro atingiu Fábio na testa, entre os olhos.  No momento do crime, Canindé aparece acompanhado de outros três homens: o seu filho com a juíza, que aparece nas imagens segurando um pedaço de pau; um major da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO); e o pai dele. Todos foram classificados como testemunhas, em primeira instância.

O empresário prestou dois depoimentos. No primeiro, ele contou que Fábio estava armado, tinha pulado o muro de sua residência e estaria arrastando o neto de Francisco, de 9 anos. Francisco, então, teria corrido em direção à vítima e conseguido tomar o revólver, abrindo fogo contra a vítima. Após o crime, ele fugiu do local e descartou a arma em uma região de mata.

Já no segundo depoimento, colhido pelo delegado responsável pelo caso, Canindé contou que estava no rancho de um parente da esposa, que é vizinho de Fábio, e que teria escutado gritos de crianças pedindo socorro. Ele, então, ficou receoso de algo acontecer com o neto e foi para casa, chegando lá encontrou o neto com o pai, que teria dito que Fábio havia invadido a casa, estava alterado e repetindo frases e palavras desconexas.

Ele pediu para que a vítima saísse do local e a acompanhou para fora, e em cerca de 150m Fábio teria partido para cima dele e, segundo ele, foi aí que Francisco atirou. Depois do crime, ele saiu do local de carro e jogou a arma pela janela.

A terceira versão, contada pela família da vítima, narra que Fábio estava no rancho de um amigo e momentos antes de ser morto pelo marido da juíza. A vítima estaria em um bar, que fica dentro do condomínio de chácaras, onde o assassino também tem uma propriedade.

Ao Metrópoles o primo de Fábio, identificado como Alexandre Moraes, afirmou que o parente estava embriagado, desarmado e não tinha condições de invadir uma chácara, em razão do estado alcoólico. Ainda segundo ele, vítima e autor não se conheciam.

Segundo o primo, Fábio foi morto com um tiro no rosto, que saiu na nuca. “Ele foi morto por volta das 23h, mas o corpo só foi encontrado durante a madrugada, quando outras pessoas viram o cadáver e acionaram a polícia”, afirmou o familiar.

Ainda de acordo com ele, o corpo da vítima estava em um terreno baldio, a cerca de 800 metros de distância da chácara onde teria sido morto.

O que se sabe agora

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) solicitou o indiciamento de todos os envolvidos. Além disso a promotoria pede que novas medidas cautelares sejam impostas e reforça a denúncia contra os quatro implicados.

Um documento assinado em setembro deste ano, pelo promotor de Justiça Jorge Fernando dos Santos Bezerra, solicita que “todas as condutas relevantes à dinâmica do crime sejam apuradas e punidas com a devida proporcionalidade”.

O MPGO acusa Francisco Canindé Da Hora de homicídio qualificado por motivo fútil e sem dar oportunidade de defesa à vítima. Segundo o órgão, a ação do acusado é desproporcional ao motivo em que foi feita, “revelando desprezo absoluto pela vida humana”. Francisco também terá que pagar o valor de R$ 400 mil por danos morais e materiais à família da vítima.

Metrópoles tentou contato com todas as partes envolvidas no crime mas não obteve resposta, o espaço segue em aberto para eventuais manifestações.

Quem era Fábio

Morador de Taguatinga Norte, no Distrito Federal, Fábio tinha 51 anos e trabalhava como técnico em manutenção de máquinas de pigmentação de tintas, além de ter uma empresa que prestava serviço para outras lojas. Tinha como hobbie favorito a pescaria.

“Homem de sorriso fácil, muito simples, tudo estava sempre bom para ele. Adorava conversar e contar piadas, falava tanto que as vezes a gente perguntava onde desligava. Sempre sorrindo e contagiando a todos, esse era o Fábio”, declarou a família.

Agora os familiares de Fábio clamam e aguardam pela justiça.

 

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