O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, anunciou, nesta quarta-feira (26/11), um orçamento especial de defesa de US$ 40 bilhões, em resposta à “crescente pressão de Pequim”, que fortalecerá “significativamente as capacidades assimétricas de Taiwan”.
Na rede social X, Ching-te afirmou que irá reforçar as capacidades de defesa enquanto “desenvolve uma indústria de defesa robusta e de espectro completo”.
“Como parte desse esforço, meu governo apresentará um orçamento suplementar de defesa histórico de US$ 40 bilhões, um investimento que reforça nosso compromisso com a defesa da democracia de Taiwan”, anunciou o presidente.
O aumento nos investimentos em defesa ocorre enquanto os embates e as tensões entre Japão e China se intensificam ao longo da semana.
China x Japão
- A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, se tornou o centro das atenções nas últimas semanas ao declarar que Tóquio reagirá militarmente caso a China avance sobre Taiwan, ocasionando uma longa discussão diplomática entre ambos os países.
- Durante uma sessão no Parlamento japonês, a premiê foi questionada sobre ameaças à segurança do país. Ela afirmou que um bloqueio naval chinês a Taiwan, caso envolva ações militares, poderia representar um risco à sobrevivência do Japão, que teria de usar a força para se defender.
- O governo chinês não reagiu bem aos comentários de Takaichi. O Ministério das Relações Exteriores da China exigiu que ela retirasse as declarações sobre Taiwan.
Ainda de acordo com o presidente taiwanês, ele está “empenhado em elevar” a meta do Produto Interno Bruto (PIB) destinado à defesa para 5% até 2023, o que, segundo ele, representará “o maior investimento militar contínuo da história moderna de Taiwan”.
“Minha mensagem aqui é clara: a dedicação de Taiwan à paz e à estabilidade é inabalável. Nenhum país estará mais determinado a salvaguardar o futuro de Taiwan do que o nosso”, relatou o presidente.
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Ele acrescentou que está acelerando o desenvolvimento de um sistema de defesa projetado para proteger “Taiwan de mísseis, foguetes, drones e aeronaves de combate da República Popular da China”, além de plataformas não tripuladas.
“Declarações recentes do Japão, dos EUA, da Europa, da Coreia do Sul, da Austrália, da Nova Zelândia e do G7 contribuíram para a dissuasão na região”, pontuou Ching-te.
Taiwan é uma nação insular com administração independente da China. Pequim alega publicamente que a ilha lhe pertence e que não existe independência.
Conversa de Xi e Trump
Em conversa telefônica nessa segunda-feira (24/11), o presidente da China, Xi Jinping, falou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e enfatizou a posição da China sobre a questão de Taiwan.
“A China teve um papel fundamental na vitória da Segunda Guerra Mundial. Os EUA entendem a importância da questão de Taiwan para a China”, divulgou o governo chinês.
A conversa também fortaleceu o relacionamento entre os EUA e a China, segundo o presidente chinês.
