O estádio Elmo Serejo Farias, mais conhecido como Boca do Jacaré, em Taguatinga, é um dos poucos estádios do Distrito Federal disponíveis para a realização de partidas oficiais de futebol, sejam locais ou nacionais.
No entanto, com o fim do ano batendo à porta, os estádios da Capital Federal são procurados por diversas pessoas com o objetivo de realizar eventos corporativos e confraternizações, que danificam seriamente os gramados.
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Todos esses eventos são divulgados com caráter beneficente, com o objetivo de arrecadar alimentos para instituições de caridade. Contudo, o que se vê são apenas “peladas” de amigos e familiares, sem atingir o objetivo inicial.
Foi o que aconteceu nesse domingo (23/11), com o evento “Super Confra do Artista Brasileiro”. O torneio, composto por quatro times, aconteceu em Taguatinga e teve duração de cinco horas. Vale lembrar que o estádio Serejão é um dos únicos gerenciados por uma Administração Regional, neste caso, a de Taguatinga.
Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram que cerca de 30 pessoas estiveram presentes no estádio acompanhando as partidas. Foi instalado um sistema de som, em que várias pessoas fizeram o uso da palavra e banners de comunicação, com a mostra de patrocinadores da confraternização.
Após os jogos, estava previsto um evento de samba e pagode chamado “Pagode dos Artistas”, em um restaurante próximo ao estádio, com ingressos à venda no valor de R$ 56 em uma plataforma on-line.
Até o fechamento desta reportagem, os organizadores não haviam divulgado a quantidade de alimentos arrecadados pelo evento “beneficente”, nem qual a organização que receberia as doações.
O administrador de Taguatinga, Bispo Renato Andrade, esteve no local e gravou um vídeo para as redes sociais comentando o evento.
“Serejão. Palco de grandes eventos, de grandes jogos. Mas hoje, é a Super Confra dos Artistas aqui no nosso estádio. É uma grande confraternização. Pessoas que trabalham em vários ramos, em várias atividades, hoje se confraternizam aqui nesse local. É isso. Taguatinga é esporte, é cultura, é lazer, é amizade. Venha para Taguatinga”, disse o administrador.
Estamos a menos de 50 dias do início do Candangão 2026. Eventos corporativos como esse prejudicam a qualidade do gramado dos estádios, danificando a grama e criando buracos, fazendo com que jogadores profissionais possam se contundir em partidas oficiais, uma vez que o campo de jogo não se recupera da maneira devida.
A reportagem do Metrópoles procurou a Administração Regional de Taguatinga e a Secretaria de Esporte e Lazer para que se posicionassem a respeito do evento e da utilização dos estádio, mas, até a publicação desta matéria, não recebeu respostas.
Por meio de nota, a Federação de Futebol do Distrito Federal informou que não tem qualquer gerência sobre os estádios, por serem de propriedade do Governo do Distrito Federal, sendo alguns geridos pelas administrações e outros com a Secretaria de Esporte e Lazer e que não teria o que opinar sobre o tema.
