Um exame psiquiátrico vai esclarecer se Francisco Frateschi, que matou a facadas o pai e ex-deputado Paulo Frateschi em São Paulo na quinta-feira (6/11), estava consciente no momento do crime. O exame também determinará se Francisco será enviado para um presídio comum ou para um hospital de custódia caso o pedido de prisão preventiva seja aceito pela Justiça.
De acordo com a apuração do Metrópoles, a perícia, chamada oficialmente de incidente de insanidade mental, já foi solicitada. Caso o pedido seja aceito, o juiz nomeia o perito responsável por conduzir os exames. A análise tem prazo de 45 dias, mas pode ser prorrogada. Durante esse período, o processo fica suspenso.



Francisco Frateschi com o pai, o ex-deputado Paulo Frateschi
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Francisco Frateschi e a mãe, Yolanda Vianna
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Paulo Frateschi foi presidente do PT estadual de SP
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Frateschi (no meio) com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica (esquerda) e o presidente brasileiro Lula (PT)
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O ex-deputado estadual e ex-presidente estadual do PT em SP Paulo Frateschi
Divulgação/Alesp
Francisco Frateschi, filho do ex-deputado Paulo Frateschi
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Francisco Frateschi, filho do ex-deputado Paulo Frateschi
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Francisco Frateschi com o pai, o ex-deputado Paulo Frateschi
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Francisco Frateschi e a mãe, Yolanda Vianna
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Caso o laudo indique que Francisco era inteiramente incapaz de compreender o crime que cometeu, ele pode ser considerado inimputável, ou seja, isento da pena. Nesse caso, ele seria internado para tratamento psiquiátrico em hospital de custódia.
Atualmente, Francisco está internado sob escolta da Polícia Militar (PM) na UPA Municipal da Lapa. Ele chegou na unidade de saúde sedado, logo após o crime. Morador de Paraty (RJ) e estava em São Paulo desde o fim de outubro para um tratamento psiquiátrico. De acordo com a irmã dele, Yara Frateschi, Francisco está com uma doença psíquica e não sabe o que fez.
O Metrópoles procurou o advogado que representa a família, mas ainda não obteve retorno.
Como foi o crime
Segundo a PM, agentes foram acionados para atender uma ocorrência em que um homem em surto atacara o próprio pai com golpes de arma branca na Vila Ipojuca, zona oeste da capital. De acordo com o boletim de ocorrência, ele foi atingido no abdômen.
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A mãe do rapaz tentou intervir e sofreu ferimentos. A irmã de Francisco também foi ferida. O ex-deputado entrou em parada cardiorrespiratória, foi socorrido e encaminhado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.
Paulo Frateschi, que foi deputado estadual entre 1983 e 1987, também foi presidente estadual do PT em São Paulo. O partido lamentou a morte
Quem foi Paulo Frateschi
- O ex-deputado estadual e ex-presidente do PT em São Paulo, Paulo Frateschi fez parte da fundação do partido e concorreu a cargos eletivos desde o fim da ditadura militar.
- Nos últimos anos, segundo petistas, Frateschi estava um pouco afastado da política partidária.
- Na virada do século, Frateschi era presidente do PT paulista.
- Entre 1983 e 1987, foi deputado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
- No ano seguinte, em 1988, ele foi candidato a vereador na capital paulista.
- Durante a gestão de Marta Suplicy (2001-2005), na prefeitura de São Paulo, Frateschi foi secretário de Relações Governamentais, mesma pasta em que também foi titular na gestão do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, em 2014.
- Paulo Frateschi foi preso e torturado durante a Ditadura Militar em 1969, aos 19 anos, quando era militante da Ação Libertadora Nacional (ALN).
- Em um relato feito à Agência Pública, ele contou sobre quando foi levado à sala do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos símbolos da tortura no país. “Fleury xingava, falava palavrões. Repetia ‘Porra! Bosta! e cuspia’. Logo pensei: Putz, vai começar tudo de novo [tortura]. De repente, ele olhou fixo pra mim e falou: ‘O merda do juiz mandou te soltar. Se alguém te procurar, você vai voltar aqui e me contar!’”.
Figuras históricas do PT lamentam morte
Uma mensagem do presidente Lula (PT) foi lida, nesta sexta-feira (7/11), durante o velório de Paulo Frateschi. Na homenagem, Lula revelou estar com o “coração partido” e destacou a simpatia e a coragem do ex-deputado.
“Paulo fará muita falta a todos nós que tivemos o privilégio de andar lado a lado com ele. Mas sua lembrança e seus exemplos de dedicação e compromisso com a construção de um país melhor para todos sempre iluminarão nossas mentes e corações”, escreveu Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também esteve presente e chorou de emoção durante a despedida do amigo. Os dois se conheciam há 40 anos e Frateschi chegou a ser secretário de Haddad durante sua gestão como prefeito da capital paulista.
Também discursaram no velório nomes históricos do PT, como José Genoino e José Dirceu.



O ministro Fernando Haddad dá entrevista na Alesp, durante velório do ex-deputado Paulo Frateschi
Jéssica Bernardo/Metrópoles
Ex-ministro José Dirceu (PT) fala com a imprensa no velório de Paulo Frateschi
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Deputado federal Rui Falcão (PT)
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Deputado estado Antonio Donato (PT)
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“Ele não sabe o que fez”, diz filha de ex-deputado morto sobre irmão
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Familiares chegam para velório do ex-deputado
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Paulo Frateschi é velado na Alesp, em cerimônia aberta ao público
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Yara Frateschi, filha de Paulo Frateschi, no velório do pai em SP
Jéssica Bernardo/Metrópoles
A esposa de Frateschi, Yolanda Maux Vianna, e a filha dele, Luisa Maux, que também ficaram feridas durante o surto psicótico de Francisco, acompanharam o velório.
Dezenas de coroas de flores foram enviadas para a despedida. Depois da cerimônia, encerrada por volta das 14h, o corpo saiu em direção ao Cemitério Memorial Parque Jaraguá, na zona norte.









