“Quero me dar ao direito de envelhecer em paz”. A reflexão de Fernanda Lima marcou um dos momentos mais sinceros da quinta edição do Metrópoles Talks, realizada na noite desta segunda-feira (10/11), no Teatro Bravos, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
Durante o encontro, sob o tema “Amor Sem Roteiro”, a apresentadora refletiu sobre o passar do tempo e o prazer de amadurecer. “Eu estou adorando envelhecer. Não é fácil, mas tem coisas tão interessantes. Gosto muito do que a minha vida está se tornando”, celebrou. “Quero muito saber como vou estar daqui a 20, 30 anos. A gente precisa aceitar que a vida está passando.”
Em um papo leve e inspirador, Fernanda compartilhou a própria visão sobre o amor, a passagem do tempo e a importância de viver cada fase com serenidade e autonomia.
Família e carreira
Aos 48 anos, Fernanda Lima fez uma retrospectiva da própria trajetória pessoal e profissional. Ao relembrar sua infância, a gaúcha destacou que, mesmo em momentos de desentendimentos, os pais dela eram afetuosos, o que pauta a criação dos três filhos que ele teve com Rodrigo Hilbert. “Fui criada em uma casa com amor”, contou.
Fernanda também recordou o início da carreira como modelo e a mudança para São Paulo: “Cheguei aqui e fiquei muito assustada, mas nada me tirou a vontade de conhecer as pessoas. Fui desenvolvendo uma curiosidade pelas relações humanas.”
O Metrópoles Talks com Fernanda Lima foi realizado nesta segunda-feira (11/11)
Rebeca Ligabue/Metrópoles
A apresentadora falou sobre vida, carreira e relacionamento
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A jornalista Valéria Luizetti conduziu o papo
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O programa Amor & Sexo, que apresentou por anos na TV Globo, a marcou profundamente. “Foi a grande escola da minha vida profissional e pessoal”, afirmou. “Me alfabetizou em tantos assuntos que eu desconhecia. Com coração aberto e amor, fui entendendo como traduzir tudo aquilo.”
Atualmente, na carreira, Fernanda contou que está mais focada em projetos autorais. Apesar na redução da exposição midiática, a apresentadora segue lidando com a fama de uma forma natural e em processo de compreensão da curiosidade do público. “As pessoas querem saber se eu tenho problemas como elas têm”.
Relacionamentos
No Metrópoles Talks, Fernanda Lima se manifestou sobre o peso das origens e a idealização dos vínculos amorosos. “A gente vem com todas as nossas marcas da infância, como a gente via os nossos pais, com as nossas dores e alegrias. A gente entra em um relacionamento cheio de idealizações.”
Ela também criticou os padrões impostos pela sociedade: “Muitas pessoas decidem ter filhos seguindo uma cartilha que é imposta a todo mundo”. Para a gaúcha, é necessário entender as próprias aspirações antes de concretizá-las.
Sobre o casamento com Rodrigo Hilbert, Fernanda avaliou: “Apesar das nossas diferenças, nós entendemos juntos os rumos que a vida vai tomando. Ninguém nasce pronto”, disse. “Acho bonito, como casal, a gente conseguir refletir as questões um do outro”, completou.
Maternidade e menopausa
Com sinceridade, Fernanda falou sobre o desafio da maternidade. “Sou uma mulher branca e privilegiada, mas o puerpério não é fácil nunca. Nenhuma mulher passa ilesa. Eu pensava: ‘Cadê aquela felicidade toda?’ É muita coisa ao mesmo tempo. Ter filhos é um turbilhão.”
Ela também questionou o mito do instinto materno: “Na verdade, tudo é uma construção. O bebê nasce e a gente não sabe como lidar.”
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Atualmente com dois filhos gêmeos de 17 anos e uma menina de 6 anos, Fernanda contou como lida com a menopausa e destacou que o assunto ainda é cercado de tabu.
“Fica um estado letárgico, quase que uma depressão”, avaliou. “É um assunto que precisa ser falado. Muitos casais se separam.” Sobre o apoio do marido nesse período, acrescentou: “O Rodrigo, com toda curiosidade e amorosidade, acaba aprendendo junto comigo.”
No próprio casamento, ela valoriza a importância do diálogo constante. Com serenidade, Fernanda acredita ter alcançado um estado de equilíbrio. “Hoje, eu já evoluí para um lugar mais pacífico.”
Bem-estar
Para viver bem, Fernanda enxerga o envelhecimento como exercício de consciência. Nesse sentido, ela encontrou um refúgio na ioga e na meditação.
“A gente precisa cuidar da nossa saúde em meio ao capitalismo desenfreado. A menopausa é um bom momento para parar e olhar para o que é prioridade. A gente precisa pensar sobre a vida que está levando. É preciso sempre se perguntar o que se quer no futuro.”
Fernanda deixou ainda um recado sobre a importância da independência para as mulheres. “A autonomia financeira e emocional da mulher faz com que ela não sofra. Saiba viver só para depois dividir a sua vida com alguém.”
Bastidores com Fernanda Lima
Nos bastidores, em entrevista ao Metrópoles, Fernanda Lima esmiuçou o tema escolhido para o Metrópoles Talks. Na perspectiva dela, o amor é a base de tudo.
“Se a gente não for amor, a gente não é mais nada”, declarou. “É um assunto que eu gosto de falar, enfatizar, estimular as pessoas a pensarem sobre, porque o mundo está muito complicado em muitos aspectos e eu acho que a raiz de tudo é a falta de amor, a falta de amor-próprio, a maneira como a gente vem para o mundo despreparado. A gente tem que estar sempre resgatando esse nosso instinto de amar”, recomendou.
Metrópoles Talks
O Metrópoles Talks é o braço de palestras do portal de notícias mais acessado do Brasil. Um espaço no qual mentes brilhantes compartilham ideias, experiências e visões que inspiram e provocam reflexões.
Em São Paulo, o evento estreou em maio deste ano, com a atriz Ingrid Guimarães e a jornalista Glenda Kozlowski em um bate-papo bem-humorado e informativo sobre a chegada da menopausa.
Em seguida, foi a vez da médica, escritora e professora Ana Claudia Quintana Arantes, que abordou temas como envelhecimento, luto e cuidados paliativos.
No fim de setembro, a atriz Deborah Secco expôs seu lado intimista, falando sobre carreira, maternidade e autoestima. Em outubro, o convidado foi o chef Henrique Fogaça, que falou sobre vida pessoal e dicas para quem quer ser profissional de cozinha.
