Durante uma live realizada na tarde deste sábado (22/11), após a decretação da prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL) passou a relacionar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a uma suposta “simbologia” envolvendo o número 22, número do PL, partido do ex-presidente, e insinuou uma perseguição orquestrada pelo ministro.
Na transmissão, Flávio afirmou que a decisão que ordenou a prisão preventiva já estaria pronta desde o dia 21, mas teria sido deliberadamente publicada no dia 22. Ele também citou a multa de R$ 22 milhões aplicada ao PL em 2022, quando o partido questionou as urnas eletrônicas.
O filho do ex-presidente, então, sugeriu que essas coincidências configurariam uma ação com motivação simbólica, não jurídica.
“Estava pronta desde ontem [a decisão], dia 21. Por que ele quer prender no dia 22? Por que ele dá uma multa de 22 milhões de reais para o partido, quando o Bolsonaro pede para que se investiguem os indícios de problemas que possam ter havido nas eleições do ano de 2022? Ou tem que investigar e dar uma multa de 22 milhões, cheio de simbologias? Isso não é jurídico”, afirmou.
A “teoria da conspiração” também foi levantada por outros aliados do ex-presidente, como o líder do PL na Câmara dos Deputados, o deputado Sóstenes Cavalcante, sugerindo que a decisão do magistrado de prender Bolsonaro nesta sábado seria indício de “psicopatia”.
“Alexandre de Moraes mostra hoje sua psicopatia em alto grau: prender no dia 22, justamente o número do partido. Um homem inocente, que reviraram a vida dele toda e não encontraram um roube sequer, é a maior injustiça da história”, afirmou em vídeo compartilhado nas redes.
A fala de Flávio, assim como a de Sóstenes, ocorre horas após Bolsonaro ser preso preventivamente por determinação de Moraes, sob suspeita de risco de fuga, violação da tornozeleira eletrônica e possibilidade de tumulto causado por uma vigília convocada pelo próprio Flávio nas proximidades do condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar.
Na decisão, Moraes sustentou que a aglomeração poderia criar condições para fuga, inclusive para a Embaixada dos EUA, localizada a cerca de 15 minutos da residência do ex-presidente. O ministro citou, ainda, a violação registrada na tornozeleira durante a madrugada e o histórico de movimentações de Bolsonaro em embaixadas, como o plano anterior de solicitar asilo político à Argentina.
