Com razão, os brasileiros comemoraram esta semana a aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Mas, por ser uma vitória do governo Lula, a nata bolsonarista tentou pegar para si a “paternidade” do projeto.
É uma forma de, claro, manter seus fiéis em estado constante de combate (mesmo quando é algo positivo para todos) e garantir a não cobrança nas eleições de 2026, que estão logo ali.
Explico: a medida, que beneficia 15 milhões de brasileiros e era uma promessa de Lula, foi aprovada somente agora por pura pressão do calendário eleitoral. Os mais radicais foram “obrigados” a aprovar um projeto que diminui a desigualdade no país para evitar o desgaste político.
Faz parte do jogo.
Porém, em uma situação de vulnerabilidade e com o risco iminente de parecer “inimigo do povo”, o manual da estratégia política sugere economizar na narrativa e agir apenas na medida.
Flávio Bolsonaro, no entanto, não resistiu à tentação de faturar para o governo do pai a vitória dessa aprovação.
Esse ato se soma a outros sinais do desespero de uma direita radical que, já fragilizada pela condenação de seu líder por tentativa de golpe de Estado, não pode se dar ao luxo de parecer antipopular.
Os governistas não têm deixado passar nenhuma tentativa de captação política e, desta vez, quem confrontou foi o também senador Humberto Costa (PT-PE), com a pergunta: “Por que Bolsonaro não cumpriu essa promessa?” – referindo-se aos anos do ex-presidente no poder.
O período eleitoral já começou e está a mil por hora.
Assista:
