Uma operação integrada das polícias Civil e Militar de Goiás levou à prisão de 32 pessoas que teriam participado de um foguetório em “homenagem” ao Comando Vermelho (CV) na noite de terça-feira (4/11). A ação em território goiano ocorreu dias após a megaoperação no Rio de Janeiro que matou integrantes da facção, entre eles, foragidos de Goiás.
O caso foi detalhado nesta quarta-feira (5/11) pelo secretário de Segurança Pública, Renato Brum, em coletiva de imprensa. Segundo ele, as forças de inteligência começaram a atuar assim que surgiram os primeiros indícios de articulação da ação.
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“Desde que detectamos os fogos de artifício, fomos a campo com todas as forças de segurança, realizando as primeiras prisões ainda na madrugada”, afirmou Brum.
O secretário destacou que os detidos seriam simpatizantes do CV, alguns ligados a torcidas organizadas, que tentaram se promover nas redes sociais. Nenhum deles teria posição de liderança dentro da facção.
“Não aceitamos esse tipo de recado. Estamos preparados e a resposta será dura contra esses elementos”, completou.
Ação distribuída pelo estado
A operação se estendeu por diferentes municípios goianos. Doze prisões foram registradas em Goiânia. Em Aparecida de Goiânia, outras nove pessoas foram detidas. Já em Abadia de Goiás foram seis presos, e três em Rio Verde.
O secretário reforçou que o estado permanece sob controle da segurança pública. “Em Goiás não tem um palmo de terra onde as forças de segurança não entrem. As lideranças do Comando Vermelho estão isoladas em regime especial no presídio de Planaltina de Goiás.”
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcelo Granja, também deixou claro que o monitoramento continua. “Vamos dar a resposta necessária. Ninguém vai subir o nível do crime no Estado de Goiás.”
Enquadramentos criminais
O delegado-geral da Polícia Civil, André Ganga, explicou que soltar fogos de artifício, isoladamente, não configura crime. As prisões ocorreram por apologia ao crime, posse ilegal de arma de fogo e porte de entorpecentes.
“Aqui não vai ser aceito enaltecer criminosos”, afirmou Ganga, ao reforçar que a polícia atuou para evitar que o cenário observado em outros estados se repetisse em Goiás.
Apreensão de fogos e fiscalização
A operação contou ainda com apoio do Corpo de Bombeiros e do Procon Goiás. As equipes fiscalizaram cerca de 30 estabelecimentos que comercializam fogos de artifício em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis.
Durante a força-tarefa, quase 4 mil fogos de artifício foram apreendidos por irregularidades no armazenamento e na venda.
“O problema não é vender o produto, mas comercializá-lo de maneira errada e perigosa”, ressaltou Renato Brum.
