A Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (18), resultou no bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas bancárias ligadas ao grupo do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Este seria o valor da fraude.
Além do bloqueio bilionário, a PF cumpriu mandados de busca em cinco estados e apreendeu cerca de R$ 1,6 milhão em espécie, incluindo dinheiro encontrado na casa de Augusto Lima, ex-sócio de Vorcaro, em São Paulo.
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Também foram recolhidos carros de luxo, relógios e obras de arte, todos apontados como bens incompatíveis com a renda declarada dos investigados.
Até o momento, seis pessoas foram presas, quatro em caráter preventivo e duas temporariamente.
A prisão de Vorcaro ocorreu na noite anterior, quando ele foi detido ao tentar embarcar em um jatinho no Aeroporto de Guarulhos. A PF investiga se havia intenção de fuga.
Estrutura do esquema
As investigações apontam que o grupo teria criado títulos de crédito falsos e os usado para inflar artificialmente o patrimônio de instituições financeiras.
Quando o Banco Central identificou inconsistências, os títulos teriam sido substituídos por outros ativos sem avaliação técnica, uma manobra para mascarar o rombo contábil.
O caso levou o Banco Central a decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, com a retirada imediata da instituição do sistema financeiro e a substituição da diretoria por um interventor.
O conglomerado administrava mais de R$ 86 bilhões em ativos.
Ligações empresariais e tentativas frustradas
A operação também interrompeu, na prática, a negociação anunciada ontem pela Fictor Holding Financeira, que havia comunicado a intenção de comprar o Banco Master ao lado de investidores dos Emirados Árabes Unidos, com promessa de um aporte inicial de R$ 3 bilhões.
Além disso, o banco já havia sido alvo de outra investigação envolvendo a tentativa de compra pelo BRB, transação que acabou vetada pelo Banco Central por falta de garantias financeiras.
Próximos passos
A Justiça Federal autorizou o acesso a celulares, computadores e documentos apreendidos, e os investigadores afirmam que novas prisões e bloqueios não estão descartados.
Os alvos podem responder por gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
