Quem convive com gatos já se encantou com a cena: o bichano deita, relaxa e começa a “amassar” com as patinhas como se preparasse uma massa invisível. O gesto é tão comum quanto misterioso — e, segundo a veterinária Giovana Mazzotti, tem raízes profundas no comportamento felino.
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“Esse movimento é instintivo, um comportamento inato. Todo gato sabe fazer”, explica. “Logo que nascem, eles usam esse movimento ao procurar a teta da mãe, para estimular a saída do leite. Mesmo depois de adultos, o gesto permanece, mas com outro significado: agora ele é uma manifestação de relaxamento e prazer.”
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Feromônio de carinho e familiaridade
Além de expressar tranquilidade, o ato de “amassar pãozinho” também tem um papel químico na linguagem dos felinos. Ao pressionar as patinhas sobre uma superfície, o animal libera feromônios — substâncias que não têm cheiro, mas transmitem mensagens ao cérebro.
“O feromônio é percebido na mesma área cerebral responsável pelos cheiros, mas não é um odor. É uma substância que comunica sensações instintivas. Quando o gato faz esse movimento, ele deposita um feromônio que indica familiaridade. Para outro gato, ou até para ele mesmo, aquele local passa a ser entendido como algo amistoso, agradável, seguro”, explica Giovana.
Quando o carinho vem com arranhão
O problema é que, às vezes, esse gesto de amor pode vir acompanhado de um pequeno acidente. “A intenção do felino é a mais pura demonstração de afeto, mas, se a unha estiver comprida, ele pode acabar machucando”, alerta a veterinária.
A recomendação é simples: nada de punições. Cortar as pontinhas das garras é suficiente para evitar desconfortos. “O erro é brigar com o gato. Ele não está atacando — está demonstrando carinho”, reforça.

O “pulo do gato” para identificar o gesto
Giovana ainda faz uma distinção importante: amassar pãozinho não é o mesmo que arranhar para marcar território. A diferença está na forma como o gato movimenta as garras.
“Quando ele está marcando, mantém as garras para fora e arrasta. Já no amassar pãozinho, ele coloca e recolhe as garras, num vai e vem suave”, explica. “Esse é o verdadeiro ‘pulo do gato’ para entender o comportamento.”
Um gesto de conforto e conexão
Mais do que um hábito curioso, o amassar pãozinho é um elo entre o gato e suas origens. Um gesto de lembrança, de segurança, de afeto. E, para quem tem o privilégio de receber esse carinho, o melhor é apenas aproveitar — e deixar o pequeno padeiro felino seguir seu ritual de amor.