A decisão do governo de demitir apadrinhados do Centrão tem um motivo menos nobre do que o de retaliar os partidos que não votam com os interesses do Palácio do Planalto.
Parlamentares experientes na política não têm dúvidas de que o verdadeiro interesse é lotear esses cargos com indicados de petistas que terão papel estratégico na campanha eleitoral de 2026. Os salários são, em média, entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.
Leia também
-
Governo desafia Centrão e insistirá em nome do PT para o TCU
-
A dança de cargos do Centrão e as eleições de 2026
-
Deputados governistas prometem “dedurar” cargos do Centrão
-
Gleisi vai distribuir cargos de exonerados do Centrão para governistas
O argumento se sustenta no fato de as demissões ocorrerem apenas em cargos de segundo e terceiro escalões. Se o objetivo é retaliar, observam centristas, o governo teria que demitir ministros, dirigentes de estatais e bancos públicos apadrinhados por PP, União Brasil, PSD, MDB e PL.
As demissões atingiram cargos na Caixa, na Codevasf, nos Correios, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Ministério da Agricultura e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O comando desses órgãos, contudo, segue controlado por indicados do Centrão.
Em 1999, o então governador do Rio Anthony Garotinho apelidou o PT de “partido da boquinha” para expor o apetite do partido por cargos. A expressão voltou a pontuar as rodas de conversas em Brasília.
