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    Governo pagou R$ 1 mil em diárias por tornozeleira de Bolsonaro

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    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso, no sábado (22/11), após violar a tornozeleira eletrônica que utilizava desde julho deste ano. Mas qual foi o gasto do Governo do Distrito Federal (GDF) durante o período em que o ex-presidente usou o equipamento?

    Bolsonaro passou 127 dias utilizando o aparelho, até usar uma máquina de solda para tentar violar a tornozeleira, um dos motivos que determinou sua prisão preventiva.

    No contrato da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF) com a UE Brasil Tecnologia, a pasta tem que pagar, diariamente, R$ 8,19 por cada tornozeleira. Por isso, a Seape-DF fez uma estimativa do valor mensal de cada equipamento: R$ 245,84.

    Só que a pasta só precisa pagar quando a tornozeleira estiver ativa. Com isso, o valor total do custo de cada “tornozelado” será R$ 8,19, multiplicado pela quantidade de dias que o equipamento ficou ativo com um custodiado do sistema prisional do DF.

    No caso de Jair Bolsonaro, que ficou 127 dias com a tornozeleira acoplada, até a tentativa de violação, o cálculo é R$ 8,19 X 127, que dá um total de R$ 1.040,13.

    Multa

    A violação da tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente tem outra consequência, esta imediata, para os cofres públicos. O GDF terá de pagar R$ 737,52 pela troca do dispositivo.

    O valor é três vezes superior ao valor mensal da tornozeleira, conforme prevê o contrato da Secretaria de Administração Penitenciária com a empresa que fornece os equipamentos.

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    De acordo com o documento, quando uma tornozeleira é danificada, a multa é aplicada automaticamente e, num primeiro momento, quem arca com o prejuízo é o próprio governo.

    Posteriormente, caso queira, o GDF pode cobrar o valor de quem causou o dano, no caso em questão, o ex-presidente Bolsonaro. A Seape, porém, informou à coluna Mirelle Pinheiro que ainda não há definição sobre a cobrança.

    Violações no DF

    A violação da tornozeleira eletrônica, por parte do ex-presidente, não foi um caso isolado no DF. Dados da Seape obtidos pela reportagem mostram que, nos últimos três anos, foram 453 ocorrências registradas.

    De acordo com a pasta, de janeiro a outubro de 2025, 145 dispositivos foram violados. No ano passado, foram 156 ocorrências e, em 2023, 152 registros.

    Ainda segundo a pasta, todos os equipamentos violados neste ano, até o momento, foram recuperados e reutilizados, sem custo adicional ao GDF.