Nas águas cristalinas da Península de Burrup, no noroeste da Austrália, cientistas flagraram uma cena digna de um desfile subaquático: golfinhos-corcunda exibindo esponjas marinhas na cabeça, como se fossem chapéus feitos sob medida.
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O comportamento curioso foi registrado por pesquisadores do Departamento de Biodiversidade, Conservação e Atrações (DBCA) e vem intrigando biólogos marinhos. Segundo o grupo, os machos parecem usar as esponjas como oferendas românticas, numa tentativa de impressionar as fêmeas — uma espécie de “buquê de flores” do mundo oceânico.
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As observações ocorreram na Flying Foam Passage, região do Arquipélago Dampier, famosa pela biodiversidade. As esponjas variavam em formato, tamanho e cor, mas tinham um objetivo comum: chamar atenção.
Embora o uso de objetos pelo reino animal não seja novidade — golfinhos-nariz-de-garrafa já foram vistos usando esponjas para proteger o focinho e orcas, com salmões como enfeite —, essa combinação entre ferramenta e ritual de cortejo é inédita.
Reconhecidos como uma espécie distinta apenas em 2014, os golfinhos-corcunda australianos (Sousa sahulensis) estão classificados como vulneráveis, com menos de 10 mil indivíduos adultos estimados. A perda de habitat e a expansão das indústrias de petróleo e mineração na região ameaçam sua sobrevivência.
Entre ciência e encanto, os “chapéus-esponja” revelam não só a criatividade desses animais, mas também um toque de romance nas profundezas do mar.
