O Exército israelense confirmou que o corpo entregue pelo Hamas à Cruz Vermelha nesse domingo (9/11) é o do refém Hadar Goldin, um oficial morto em Gaza há mais de dez anos. Seu corpo, que estava em poder do grupo islâmico desde então, foi encontrado no sábado (8/11) “em um túnel”.
O Hamas devolveu os restos mortais de um refém à Cruz Vermelha neste domingo. No sábado, começaram a circular rumores com a divulgação de um vídeo mostrando homens armados, acompanhados por membros da Cruz Vermelha, entrando em um túnel em Gaza para recuperar um corpo apresentado como sendo o de Goldin.
Em seguida, diversos veículos da mídia israelense noticiaram que Israel havia autorizado os membros do Hamas e da Cruz Vermelha a realizar buscas em um túnel em uma parte da cidade de Rafah, atualmente controlada pelo exército israelense, no sul da Faixa de Gaza.
O chefe do exército israelense, Eyal Zamir, teria se reunido à noite com a família do tenente para informá-los sobre a situação e se comprometer a repatriar seus restos mortais para Israel.
“Até que seja definitivo, não acabou”, declarou um representante da família.
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No domingo, o braço armado do Hamas anunciou a devolução do corpo. “As Brigadas Ezzedine al-Qassam entregarão o corpo do oficial Hadar Goldin, que foi encontrado ontem em um túnel na cidade de Rafah, às 14h (12h GMT), horário de Gaza”, escreveu o grupo armado em um comunicado publicado no Telegram.
No fim da tarde, Israel confirmou que o corpo devolvido neste domingo foi identificado como sendo o do tenente Hadar Goldin.
Segundo o exército israelense, Hadar Goldin foi morto aos 23 anos, em 1º de agosto de 2014, durante uma missão de reconhecimento com sua unidade em um túnel perto de Rafah, durante uma guerra anterior na Faixa de Gaza.
Em janeiro passado, os restos mortais do soldado Oron Shaoul, de 21 anos na época de sua morte, em 20 de julho de 2014, quando o veículo militar em que estava explodiu durante uma operação militar na Cidade de Gaza, foram repatriados pelo exército israelense de Gaza para Israel, onde foi sepultado.
Anos de negociações
A repatriação do militar, onze anos após sua morte, encerra mais de uma década de incertezas para a família do militar e tem grande importância simbólica para Israel.
Durante anos, os restos mortais dos soldados Hadar Goldin e Oron Shaoul estiveram no centro de negociações indiretas entre Israel e o Hamas, em contrapartida da libertação de prisioneiros palestinos.
Com antrega do corpo de Hadar Goldin, quatro reféns mortos continuam detidos em Gaza e seus corpos o Hamas ainda não devolveu a Israel, conforme o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 10 de outubro.
