Aproximadamente 90 indígenas da etnia Munduruku fecharam a entrada que dá acesso ao pavilhão da COP30, em protesto. A manifestação é articulada pelo Movimento Ipereg Ayu, na manhã desta sexta-feira (14/11), em Belém, onde acontece o evento da ONU para o clima. Veja:
Os manifestantes fazem críticas ao governo Lula e ao evento, e afirmam que só liberarão a entrada quando o presidente for conversar com eles. Além disso, denunciam obras de infraestrutura que afetam a vida das aldeias da região.
“A gente vai fechar, ninguém entra, ninguém sai, porque ninguém veio pra brincar, ninguém vai rir, ninguém vai tirar selfie não, é o nosso corpo que está lá, é a negociação que está acontecendo aqui […] quem vai ficar aqui é só a imprensa e vocês têm que sair porque a gente vai ficar no sol quente com essas crianças que estão doentes pra dizer que é sustentável, que é bioeconomia, que está matando a nossa floresta” diz uma das indígenas.
Ela completa: “Já chega de usar nossa imagem pra dizer que estão bem; nós não temos saúde na nossa aldeia, não tem educação, nosso rio está contaminado com mercúrio por conta do garimpo, o Estado tá matando a floresta, destruindo para colocar ferrovia, hidrovias, portos, para essas empresas internacionais entrarem. A gente não quer mais vocês aqui enquanto Lula não vir falar com a gente. Se ele é um presidente que fala com os melhores chefes de Estado, precisa nos ouvir também”.
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Segundo o movimento, eles pedem uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar do Plano Nacional de Hidrovias para os rios Tapajós, Madeira e Tocantins. Eles pedem a revogação do Decreto nº 12.600/2025, que institui o Plano. Outro pleito é a revogação da Ferrogrão e a aceleração da demarcação de terras indígenas.
A segurança no local foi reforçada. Forças de segurança locais monitoram a manifestação.
