O ex-ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira (6/11), após depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que o governo de Jair Bolsonaro (PL) foi o único, nos últimos 34 anos, a adotar medidas concretas de combate às irregularidades no sistema previdenciário.
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“Eu creio que o depoimento prestado hoje, como ex-ministro da Previdência, à CPMI do INSS, esclareceu que o governo Bolsonaro foi o único governo que adotou medidas de combate à fraude nos últimos 34 anos. Não há como negar que nós perseguimos de maneira obstinada, impedir que aposentados e pensionistas fossem lesados”, declarou.
Segundo Onyx, que comandou o ministério por oito meses, o combate a fraudes foi uma prioridade desde o início da gestão Bolsonaro.
“Desde o momento em que eu fui ministro da transição, passando do governo Temer para o governo Bolsonaro, quando nós organizamos o governo, tomamos a primeira medida, que era de estabelecer um conjunto de ações que tinham como objetivo combater fraudes, não apenas dos descontos associativos, em várias outras áreas da atividade do INSS. E ficou isso cabalmente demonstrado ao longo dos anos, pelo número de instruções normativas e decretos emitidos pelo nosso governo. Portanto, como a gente sabe, a verdade sempre vence”, disse.
Farra no INSS
- O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
- Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
- As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
- Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
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Onyx admite problema com descontos
Mais cedo nesta quinta-feira, durante o depoimento, Onyx reconheceu que o problema dos descontos associativos irregulares era antigo e recorrente em diversos governos. “Tem denúncias de problemas com acordos ou com procedimentos nos mais diferentes governos desde 2010, registrados pela imprensa”, afirmou.
Ele também admitiu ter recebido R$ 60 mil de um dos alvos da CPMI. Segundo Lorenzoni, Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Clube de Benefícios, também alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF) e investigado pela CPMI, doou o valor para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul, em 2022.
Ao ser questionado pelo relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), se “esses R$ 60 mil foram vantagem indevida pelo exercício do cargo de ministro da Previdência”, o ex-ministro do governo Bolsonaro respondeu que sim. Entretanto, Lorenzoni se defendeu, justificando que as contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul.



KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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A oitiva de Onyx Lorenzoni teve início às 10h46, com uma pausa no início da tarde, e foi concluída por volta das 19h40. Ao longo das horas de sessão, o ex-ministro apresentou o trabalho feito à frente da pasta e negou envolvimento em irregularidades ligadas ao INSS.
Parlamentares solicitaram a ida de Lorenzoni à CPMI após ficar comprovado o envolvimento de seu filho com uma entidade investigada por participar do esquema de fraudes de descontos indevidos. O advogado Pietro Lorenzoni trabalhou para a União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap) enquanto o pai era ministro, em 2021.





