MAIS

    INSS: Onyx admite ter recebido R$ 60 mil de alvo da CPMI para campanha

    Por

    Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nesta quinta-feira (6/11), o ex-ministro do governo Bolsonaro Onyx Lorenzoni admitiu ter recebido R$ 60 mil de um dos alvos da CPMI.

    Ainda segundo Lorenzoni, Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Clube de Benefícios, também alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF) e investigado pela CPMI, doou o valor para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul, em 2022.

    Ao ser questionado pelo relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), se “esses R$ 60 mil foram vantagem indevida pelo exercício do cargo de ministro da Previdência”, o ex-ministro do governo Bolsonaro respondeu que sim. Entretanto, se defendeu, justificando que as contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul.

    Leia também

    Parlamentares solicitaram a ida de Lorenzoni à CPMI após ficar comprovado o envolvimento de seu filho com uma entidade investigada por participar do esquema de fraudes de descontos indevidos. O advogado Pietro Lorenzoni trabalhou para a União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap) enquanto o pai era ministro, em 2021.

    Caso revelado

    O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

    As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

    Com informações da Agência Senado.